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Renner vê desaceleração no 2o semestre; mantém metas

Por VIVIAN PEREIRA
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Após quase dobrar o lucro líquido do segundo trimestre, somando 91 milhões de reais, a varejista de roupas Lojas Renner se prepara para um cenário menos aquecido até o final do ano. Segundo o vice-presidente financeiro da Renner, Adalberto Santos, o segundo semestre deve ser marcado por certa desaceleração dos números, especialmente no trimestre em curso, decorrente de efeitos sazonais e uma base comparativa anual elevada. "O terceiro trimestre tem tradicionalmente margem mais baixa, pela virada da coleção de inverno. Mas o ano vai seguir bem, estamos bastante otimistas", disse o executivo à Reuters. Santos ressaltou que, ao contrário do visto no ano passado, quando os dois últimos trimestres tiveram os desempenhos mais fortes, em 2010 a empresa vai "enfrentar dois trimestres mais difíceis e comparativamente não vai conseguir ter tanto ganho". Segundo ele, as vendas pelo conceito mesmas lojas --que considera apenas aquelas em operação há no mínimo 12 meses-- devem ter crescimento acumulado de um dígito este ano. Em 2009, a alta foi de 1,4 por cento, ganhando força na segunda metade do ano depois de queda vista de janeiro a junho. As metas traçadas pela companhia no início do ano para investimentos e abertura de lojas não serão comprometidas, conforme Santos. No primeiro semestre, a Renner inaugurou cinco lojas e, até o final de 2010, abrirá outras nove, sendo três no formato compacto. Em agosto, a varejista também entrará em Palmas, no Tocantins. Quanto a investimentos, o aporte anual deve alcançar 140 milhões de reais, sendo que 36,4 milhões foram desembolsados na primeira metade do ano. LUCRO SUPERA PREVISÕES O lucro de 91 milhões de reais de abril a junho divulgado nesta quinta-feira pela Renner ficou acima da média das estimativas de seis analistas consultados pela Reuters, de 74 milhões de reais. No semestre, o lucro da companhia totalizou 127,9 milhões de reais, montante mais que duas vezes maior em relação aos 58,7 milhões de reais apurados na primeira metade de 2009. Santos disse que o resultado pode ser atribuído à combinação de vendas maiores, ganho de margem e redução das despesas com vendas e administrativas, além do ganho em produtos financeiros. "Foi um resultado equilibrado. A empresa cresceu e ganhou eficiência", disse ele. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da varejista de roupas somou 156 milhões de reais no segundo trimestre, em comparação a 98,8 milhões de reais um ano antes. A margem Ebitda, por sua vez, avançou de 17,8 por cento para 24,8 por cento no segundo trimestre. A receita líquida com vendas de mercadorias somou 630 milhões de reais no trimestre encerrado em junho, alta de 13,6 por cento na relação anual. Já as vendas mesmas lojas avançaram 7,4 por cento na mesma base de comparação. De janeiro a junho, a receita líquida de vendas de mercadorias totalizou 1,070 bilhão de reais, enquanto as vendas mesmas lojas saltaram 10,5 por cento. Os serviços financeiros registraram crescimento de 85,5 por cento, respondendo por 31,5 milhões de reais no segundo trimestre. Já as despesas operacionais caíram para 30,5 por cento das vendas no segundo trimestre, ante 32,1 por cento um ano antes.

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