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Rentabilidade das exportações é a maior em 11 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

A rentabilidade das exportações alcançou no mês passado o valor mais elevado desde janeiro de 1991, de acordo com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). A desvalorização do real e a estabilidade dos preços de exportação fizeram com que o ganho no índice de rentabilidade das exportações, calculado pela Funcex, em outubro atingisse 6,8% em relação a setembro e 30,4% no acumulado desde dezembro do ano passado. Em outubro, a cotação média do dólar foi de R$ 3,81, o que representou um aumento de 13,9% em relação a setembro e 61% desde o fim do ano passado. Isso ?levou a taxa de câmbio real ao nível mais elevado dos últimos 15 anos, acumulando desde o final de 2001 um aumento de 35%?, segundo o Boletim de Comércio Exterior da Funcex deste mês. De acordo com o texto, o volume de exportações deve crescer 10% este ano, pouco acima do aumento médio anual de 9,2% registrada de 1999 a 2001 e acima da média de 5,2% dos 20 anos anteriores. A estimativa da Funcex é feita a partir da aceleração das vendas externas ocorridas a partir de julho. Em outubro, por exemplo, o crescimento das quantidades exportadas foi de 29,6% sobre o mesmo mês de 2001. Com este desempenho, o valor das exportações totais acumulado no ano, alcançou ?o que parecia impossível até há algum tempo atrás: uma variação positiva em relação ao ano passado, de 1,3%, mesmo em um cenário de queda de preços de exportação e estagnação do comércio mundial?, destaca o Boletim. Embora os produtos básicos tenham puxado o crescimento das exportações, com as vendas deste ano 8,1% superiores em valor que nos primeiros dez meses do ano passado, a Funcex considera mais importante o aumento da quantidade de produtos manufaturados exportados. ?Pela primeira vez no ano, eles (os manufaturados) acumulam variação positiva do quantum em relação ao mesmo período, de 1,8%. Isto mesmo na ausência de qualquer recuperação das vendas para a Argentina, que continuam com queda na casa dos 60%.? O Boletim registra que não se nota indício de reversão da trajetória de queda iniciada em 2001 e não só para as importações totais mas também em todas as categorias de uso. A análise é de que a causa desse comportamento é a combinação de baixo crescimento interno com moeda desvalorizada. No entanto, diz a Funcex, a retomada, ainda que suave, do crescimento interno e a revalorização do câmbio não deverão trazer um aumento imediato das importações. ?A recuperação poderá (...) ser adiada pelas restrições de curto prazo à retomada do crescimento, em virtude da reduzida margem de manobra nas políticas fiscal e monetária?, diz o Boletim. Outro fator apontado é que o câmbio atua com defasagem de cerca de seis meses nas importações. Assim, segundo a Funcex, a atual queda das compras no exterior ainda não tem o efeito da forte desvalorização do real ocorrida este ano.

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