O coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros, disse hoje que os resultados do IGP-M na primeira prévia de fevereiro mostram que, no atacado "a pressão sazonal forte dos alimentos acabou" e que "o IPA industrial mostra que o processo de repasse das indústrias por natureza vai se esgotar e já dá sinais de esgotamento". O IPA-M desacelerou de 0,40% na primeira prévia de janeiro para -0,09% na primeira prévia de fevereiro, sob impacto dos produtos agrícolas, cuja variação no período passou de 0,67% para -1,19%. "A inflação está se disseminando, porque a velocidade dos reajustes não está crescendo", disse o economista. Quadros alertou, entretanto, que, apesar da deflação do IPA-M, é possível que ocorram aumentos na indústria em fevereiro. "O IPA industrial está começando a melhorar, mas ainda é cedo para dizer que já ganhou", disse. Os alimentos e as mensalidades escolares continuaram pressionando os preços ao consumidor (IPC-M) na primeira prévia de fevereiro. O IPC-M registrou variação de 0,44%, contra 0,18% na primeira prévia de janeiro, "pressionado por fatores sazonais", segundo o economista da FGV, André Braz. "A expectativa no item alimentação é de forte desaceleração no varejo daqui pra frente", disse Braz. No caso das mensalidades escolares, "os efeitos já chegaram ao ponto máximo", afirmou.