PUBLICIDADE

Reserva alta é vacina contra turbulência, diz Mantega

Segundo o ministro da Fazenda, se fosse no passado, quando o Brasil não tinha reservas deste tamanho, a turbulência internacional "teria derrubado a gente"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira, 28, que as reservas no patamar de US$ 100 bilhões são uma vacina contra turbulências internacionais. "Eu comemoro os US$ 100 bilhões porque dão uma vacina contra turbulências", disse o ministro. Segundo ele, se fosse no passado, quando o Brasil não tinha reservas deste tamanho e um superávit comercial elevado, a turbulência vivida nos mercados na terça "teria derrubado a gente". O ministro disse que as reservas elevadas também são um seguro para o País e levam ao pagamento de taxas de juros menores. "A conta é salgada, mas temos uma série de benefícios e esse preço está ficando cada vez menor", continuou Mantega. Ainda sobre o custo das reservas, o ministro afirmou que o Brasil está pagando um seguro menor porque o risco está cada vez menor. Disse ainda que o quadro atual, inclusive "até melhora um pouco a taxa de câmbio". Crescimento Mantega comentou ainda o desempenho da economia que, segundo ele, vem crescendo a 4% ao ano. De acordo com ele, no último trimestre de 2006, o PIB cresceu 1,1% ante o trimestre anterior, se anualizado, resulta em 4% ao ano. O ministro afirmou que o mais importante é que "finalmente o País reúne as condições para ter uma crescimento mais elevado". Para ele, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ajudará o País a crescer mais. Ele disse também que em 2006 alguns fatores prejudicaram o crescimento do PIB, como a crise do setor agrícola que, segundo ele, já foi resolvida, os juros elevados, que já estão menores, além do fato de ter sido um ano eleitoral, quando costuma haver muitas incertezas sobre o futuro da política econômica. Para o ministro, o mais importante é que os investimentos cresceram no ano passado. Mantega observou que, há dois anos, quando a economia começou a crescer, a taxa de juros aumento, mas, hoje, o País está exatamente na situação oposta, porque as taxas de juros estão caindo, e a inflação é uma das menores da história. Ele acrescentou que os juros continuarão caindo e que a combinação inédita de juro baixo e crescimento fará com o ano de 2007 seja melhor do que 2006. Segundo o ministro, o que está fortalecendo o crescimento econômico é a demanda interna, "que vem-se tornando cada vez mais robusta". Ele disse que, independentemente de quem seja o ministro da Fazenda ou o presidente do Banco Central, "o importante é que o Brasil construiu uma política econômica forte e saudável e hoje está vacinado contra turbulências internacionais". FMI Mantega afirmou que a indicação de Paulo Nogueira Batista como representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI) não tem relação com o fato de o economista ser um crítico à política econômica do Banco Central. Ao ser indagado se teria sido proposital a escolha para o FMI de Paulo Nogueira Batista, um crítico feroz da política do Banco Central, Mantega respondeu: "Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Ele não vai para o BC. Ele vai para o FMI". O ministro recebe ainda nesta quarta a missão do FMI no Brasil junto com Nogueira Batista. Segundo Mantega, Paulo Nogueira é um economista extremamente hábil, estudioso do Fundo Monetário Internacional. "É meu colega na FGV há mais de vinte anos. É um excelente economista", afirmou. O ministro ponderou ainda que Paulo Nogueira como representantes do Brasil no Fundo vai levar ao organismo as políticas determinadas pelo Ministério da Fazenda a partir do Brasil. Mantega acrescentou que o economista vai continuar o trabalho de Eduardo Loyo, que estava há dois anos no cargo mas que, de acordo com nota do Ministério da Fazenda, pediu para sair por questões pessoais. "Ele fará um bom trabalho para o Brasil."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.