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Reserva internacional deve duplicar com pré-sal, diz Mantega

Ministro da Fazenda afirma que venda do petróleo será a base para equilibrar as contas externas do País

Por Tatiana Favaro
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira, em Campinas (SP), que a venda do petróleo da camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, será a base para o aumento das reservas internacionais de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões. "Não haverá mais problemas de contas externas no Brasil e, além disso, poderemos usar parte desse recurso para estimular setores da economia", afirmou. Veja também: Mapa da exploração de petróleo e gás Entenda as discussões sobre as mudanças na Lei do Petróleo País pode ter o terceiro maior campo de petróleo do mundo A maior jazida de petróleo do País Pré-sal deve elevar crescimento do País a 6% ao ano, diz ex-BC Exploração de petróleo no pré-sal implica riscos, diz IBP Segundo Mantega, "o petróleo é uma grande vantagem que o Brasil terá para o futuro". "Com a perspectiva de o Brasil tornar-se um grande produtor e exportador de petróleo significa que a economia vai melhorar. Com a entrada do petróleo do pré-sal, que se dará não imediatamente, mas a partir de 2010, 2011, o Brasil terá um robustecimento das contas externas, porque teremos mais reservas do que temos hoje", afirmou. "O presidente Lula já disse que quer direcionar uma parcela desse aumento de arrecadação, porque o petróleo é da União, o petróleo encontrado é de todos os brasileiros e uma parcela poderá ser investida, inclusive, na educação", salientou o ministro, que fez palestra sobre Globalização Financeira e Padrão Monetário Internacional no ciclo de seminários do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Inflação O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, em entrevista coletiva na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que o limite de 6,5% de meta para a inflação de 2008 será cumprido. "Ficaremos dentro do limite da nossa banda superior. A inflação prevista pela Focus estava em 12 meses em 6,34%, então acredito que poderá ficar entre 6,3% e 6,5%, o limite máximo da meta. Outros países já ultrapassaram (o limite), então significa que aqui a inflação está mais sob controle e em função disso não teremos de sacrificar o crescimento brasileiro. O crescimento brasileiro será um pouco menor, mas acima dos patamares históricos do Brasil, acima de 4%, 4,5%. Muito provavelmente cresceremos esse ano em torno de 5%", disse. Ele afirmou que as medidas fiscais como o aumento do superávit primário e a redução de tributos já foram tomadas. "Já tomamos medidas fiscais e monetárias. Monetárias como o aumento da taxa de juros, aumento da taxa de juros a longo prazo, aumento dos compulsórios. Do ponto de vista fiscal tomamos as medidas adequadas. Do ponto de vista monetário aí é o Banco Central que vai dizer se é preciso tomar mais medidas ou não. Eu não costumo comentar a estratégia do Banco Central. Eu acredito que eles tenham uma boa análise, uma boa avaliação e confio nas decisões do Banco Central em relação a isso." Setor público Em relação às contas públicas, o ministro afirmou que o governo quer alcançar o superávit nominal até 2010 e, para isso, vai reduzir os gastos correntes, sobretudo os gastos com pessoal. Mantega disse ainda que, após esse ciclo inflacionário, o Banco Central deve voltar à trajetória de redução de juros. "O resultado nominal é o que mais interessa pois é a soma dos gastos operacionais mais a conta financeira. O Brasil ficou muito tempo patinando com o desequilíbrio fiscal e tinha de olhar só para uma parte do resultado fiscal, que é o primário. Então se olhava o primário e não se olhava o resultado nominal. Aparentemente, se dizia que havia um superávit primário como se as contas estivessem equilibradas, quando na verdade, se coloca a conta de juros e há déficit nominal. Só que agora como estamos melhorando o resultado fiscal acho que chegou o momento de evoluir, valorizar, perseguir agora um superávit nominal, ter um resultado total das contas públicas positivo, incluindo também a conta de juros. Nós poderemos alcançar isso até 2010, essa é uma meta que eu tenho, uma meta da área econômica do governo e esse superávit será conseguido com o controle de aumento de gastos públicos", disse o ministro. Mantega falou que o governo trabalha pela aprovação de projeto de lei para contenção de gastos com pessoal nas esferas federal, estadual e municipal. "Temos que vigiar os gastos correntes de um modo geral. Teremos contenção no aumento de gastos de pessoal, que é o segundo maior gasto que a União possui", afirmou. "Depois de passado esse período de inflação mais alta, o Banco Central voltará à trajetória de juros que vinha perseguindo antes. Pode-se observar que nos últimos três anos o Banco Central vinha reduzindo a taxa de juros e interrompeu essa redução a partir desse aumento inflacionário. Porém uma vez debelado esse aumento inflacionário haverá novamente redução de juros" disse.

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