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Reservas do País estão baixas, alerta Mendonça

Por Agencia Estado
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Apesar de reconhecer que o Brasil terá, pela primeira vez em vários anos, superávit no balanço de pagamentos, o economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), considera que, por outro lado, 2003 foi o ano em que menos investimentos diretos entraram no País nos últimos 15 anos. E lembrou que, em 2004, as amortizações da dívida brasileira crescerão de 32 bilhões de dólares para 40 bilhões. Entrevistado no programa Conta Corrente, da Globo News, o economista alertou para o pequeno volume das reservas brasileiras (18 bilhões de dólares), se comparadas, por exemplo, com a Rússia, que tem 70 bilhões, a Coréia do Sul, 90 bilhões, e a China, com 300 bilhões de dólares. "Acho que o Brasil precisaria reforçar suas reservas, para que a gente dependa menos das flutuações e dos humores do mercado internacional de capitais." Acordo com o Fundo Neste sentido, Mendonça de Barros disse que seria um erro o País não renovar seu acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que funcionaria com uma espécie de "seguro" para eventuais emergências. "Daqui a um ou dois anos, talvez (o acordo) não seja necessário. Mas, nesta altura, o FMI, cautela e caldo de galinha vão todos muito bem." Política cambial O ex-secretário da Camex explicou que a apreciação do real em relação ao dólar se deve ao afluxo de capitais externos de curto prazo, especialmente na Bolsa de Valores, e aos excelentes resultados com as exportações brasileiras. Para ele, a intervenção do Banco Central explica por que a moeda americana não caiu para a faixa de 2,70 reais. "Valorizar demais a moeda brasileira é brincar com o perigo. Nós já vivemos isso no passado", disse. "Neste momento, com a inflação mais ou menos controlada num patamar razoável, eu tenho a impressão de que o Banco Central está corretamente preocupado em melhorar o padrão de reservas. E tentar evitar que o real se valorize demais. Eu acho que nós vamos chegar no fim do ano mais perto de 3 reais, do que no nível em está hoje. Alguma desvalorização (do real) nós vamos ter, e uma política do Banco Central neste sentido vai ser bem sucedida." Otimismo moderado José Roberto Mendonça de Barros confessou-se um otimista moderado em relação ao crescimento do PIB. "Acho que é realista dizer que nós temos mais atividade (econômica), mas ainda temos uma dívida muito pesada no ano que vem, qual seja a recuperação do emprego e a volta do investimento."

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