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Reservas do País rendem em 2011 menos que a média

Por FERNANDO NAKAGAWA E EDUARDO CUCOLO
Atualização:

As reservas internacionais terminaram 2011 com rendimento acumulado de 3,6% na comparação com o ano anterior. O dado consta do relatório anual de gestão divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Central. De acordo com o documento, esse rendimento (medido em dólares dos Estados Unidos) é superior ao ganho de 1,82% registrado em 2010, mas inferior à média anual de 4,7% verificada no período de 2003 a 2011."O ambiente de baixas taxas de juros observado no mercado financeiro internacional implicou menor rentabilidade, quando comparada ao valor médio histórico. O ano de 2011 foi marcado por baixos rendimentos para os investimentos em renda fixa em países desenvolvidos", cita o documento de 35 páginas divulgado nesta tarde. Em 30 de dezembro de 2011, as reservas internacionais somavam US$ 352,01 bilhões, valor que cresceu 21,9% em um ano.No relatório, o BC afirma que, no ano passado, o mercado de juros continuou a ser marcado pelos efeitos da crise de 2008. O BC lembra que quatro bancos centrais (Estados Unidos, Europa, Inglaterra e Japão) aumentaram o volume de ativos - como títulos - em carteira em cerca de 25%. A operação aumenta a oferta de dinheiro no mercado, o que reduz o juro cobrado nos empréstimos.Outro fator que explica o juro mais baixo vem dos Estados Unidos. "O impasse quanto à aprovação do aumento do teto de endividamento público federal dos EUA provocou estresse adicional no mercado financeiro em julho e agosto de 2011", cita o documento. Nessa época, muitos investidores procuraram títulos da dívida daquele país - principal destino das reservas brasileiras, o que diminuiu o rendimento efetivo dos papéis. A nota de risco dos Estados Unidos também foi reduzida na mesma época, o que potencializou o processo."Finalmente, as taxas de juros internacionais encerraram o ano de 2011 em um patamar abaixo do de 2010, e não se esperam mudanças significativas de comportamento das taxas para o ano de 2012", completa o documento.BrasilDe acordo com o relatório, a maior parte das reservas brasileiras está em ativos na moeda dos Estados Unidos. No fim do ano passado, 79,6% do montante estava em dólares norte-americanos. Em 2010, ativos dos EUA respondiam por 81,8%. Em 2011, a segunda maior fatia foi do dólar do Canadá, com 6%. Em seguida, aparecem o euro (4,9%), dólar da Austrália (3,1%), libra (3%), iene (1%) e outras moedas (2,4%) - entre elas a coroa sueca e a coroa dinamarquesa.Por tipo de ativo, os títulos governamentais lideram com folga e são destino de 83,5% das reservas. Entre os demais destinos, estão os títulos de agências governamentais (7,1%), papéis de organismos supranacionais (4,4%), depósitos em bancos centrais e organismos supranacionais (3,8%), depósitos em bancos comerciais (0,3%) e outros ativos (0,8%) - como o ouro.

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