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Reservas poderão superar valor da dívida até final do mês

Ficaria faltando cobrir US$ 28,066 bilhões do passivo externo de curto prazo

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Por Redação
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As reservas internacionais deram um salto de US$ 20,909 bilhões em apenas 35 dias e alcançaram a marca dos US$ 143,298 bilhões na última terça-feira, 19. Sustentada pela forte atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, a elevação foi suficiente para deixar as reservas apenas US$ 4,507 bilhões abaixo de toda a dívida externa de médio de longo prazos do Brasil. Em março, o valor desta dívida estava em US$ 147,805 bilhões. Mantido o ritmo de compras verificado no período de 35 dias, o valor da dívida externa de médio e longo prazos será alcançado antes do final deste mês. Alcançado o valor da dívida de médio prazo, o País estará dando um passo definitivo para eliminar a vulnerabilidade de suas contas externas e aumentar as chances de receber o grau de investimento das agências de classificação de risco. Ficaria faltando cobrir apenas US$ 28,066 bilhões do passivo externo de curto prazo. "A dívida externa de curto prazo não é fonte de preocupação porque ela está muito relacionada ao financiamento do comércio externo. É uma modalidade de empréstimo externo que não costuma ser suspensa nem mesmo em momentos de crise", explicou uma fonte do governo. Além de comprar dólares em mercado, o BC ainda fez no mesmo período de 35 dias intervenções no mercado futuro com a realização de 4 leilões de swap cambial reverso (em que paga aos bancos a variação do CDI e recebe a oscilação do câmbio). Nestas operações, o valor das atuações do BC alcançou a marca dos US$ 6,3 bilhões. Mesmo assim, o ativismo não foi suficiente para evitar que a taxa de câmbio tivesse uma valorização de 6,3% e passou a ser cotado abaixo dos R$ 2,00. "As atuações do BC têm que ser encaradas como uma tentativa de suavizar uma tendência estrutural de valorização do real. O objetivo não é segurar a taxa de câmbio num determinado patamar. Não estamos num regime de câmbio fixo", comentou uma fonte do governo. Influências A principal fonte de pressão sobre o real tem sido o forte fluxo de moeda estrangeira no País. Só em 13 dias úteis de maio, o BC contabilizou uma entrada de US$ 4,681 bilhões, uma média diária de aproximadamente USS 360 milhões. "Apesar do resultado ter ficado abaixo dos US$ 5,446 bilhões de igual período do ano passado, o valor ainda representa uma forte entrada de capitais externos no País", comentou um analista do mercado financeiro. No acumulado do ano, o fluxo total de recursos externos já chegou aos US$ 32,803 bilhões, valor 38,13% maior que os US$ 23,747 bilhões do mesmo período de 2006. O crescimento das exportações é que tem sido o principal responsável pela entrada maciça de dólares. Em contrapartida, o BC teve que amargar em maio um prejuízo com os contratos de swap cambial reverso de R$ 2,088 bilhões em maio. A perda, pelos dados divulgados hoje pelo BC, foi a maior desde os R$ 2,853 bilhões de junho do ano passado. Nos primeiros 15 dias deste mês, os prejuízos acumulados já estavam em R$ 528 milhões. Em todo o ano, o BC acumula uma perda de R$ 4,605 bilhões. Em todo o ano passado, os prejuízos com swap cambial reverso ficaram em R$ 2,584 bilhões. Esses prejuízos não impressionam o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "O custo da política de acumulação de reservas pelo Brasil tem sido muito menor que os benefícios da acumulação de reservas", afirmou. Ele explicou que a alta das reservas fez com que as agências de classificação de risco melhorassem o conceito do Brasil, o que por sua vez permite que o custo da dívida fique mais baixo, trazendo economia ao Tesouro Nacional. Outro benefício é a redução do custo dos empréstimos que as empresas brasileiras tomam no exterior. Neste mês, o BC fez apenas uma intervenção no mercado de câmbio por meio da realização de um leilão de swap cambial reverso. Nesta quinta-feira, será feito a rolagem de um vencimento de US$ 1,5 bilhão no dia 2 de julho.

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