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Reservatórios do Sudeste atingem nível mínimo de segurança

Falta de chuvas continua prejudicando reservatórios; governo não deve ligar mais usinas térmicas, diz ONS

Por Wellington Bahnemann e da Agência Estado
Atualização:

A falta de chuvas fez com o nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste chegasse na quarta-feira ao nível mínimo de segurança para garantir o abastecimento. Segundo o Informativo Preliminar Diário da Operação do dia 16 de janeiro, divulgado nesta quinta pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível de armazenamento ficou em 44,8%, igual ao porcentual da curva de aversão ao risco (CAR).   Veja também: Em 2 anos, problema de energia sairá de pauta, diz Múcio Os níveis dos reservatórios    O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vai se reunir nesta quinta-feira para discutir a situação, mas, segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, não deverá ser ordenado o acionamento de novas usinas termelétricas. Na semana passada, o CMSE mandou ligar seis usinas térmicas movidas a óleo da região Sudeste, que têm capacidade de geração de 800 a 1200 Megawatts. "Não devemos mandar ligar novas térmicas. A reunião de hoje é para discutir a implantação do que já foi anunciado", disse Chipp, ao chegar para o encontro.   Após atingir o nível de segurança na quarta, é muito provável que a água dos reservatórios das duas regiões fique abaixo da CAR nesta quinta, tornando a situação ainda mais crítica. Isso porque o nível da CAR sobe diariamente durante a época das chuvas, para que o sistema tenha condições posteriormente para atravessar o período seco (sem chuvas) sem restrições no abastecimento de energia. Se as chuvas persistirem fracas, o ONS deverá intensificar o despacho das termelétricas a gás natural e óleo combustível para garantir o fornecimento de eletricidade ao mercado.   A situação é bem pior que a do ano passado. O nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, no mesmo dia do ano passado, estava em 67,6% da capacidade total, 37 pontos porcentuais acima da CAR da época. Vale lembrar que o verão de 2007 foi marcado por fortes chuvas, o que possibilitou que o ONS enviasse energia do Sudeste para recompor as hidrelétricas do Sul.   Também no Nordeste a situação não é tranqüila. Mesmo com as importações de energia do Sudeste, o nível de armazenamento na região registrou ligeira queda de 0,1 ponto porcentual, para 27,1%, na comparação entre o dia 15 de janeiro de 2008 e o dia 16. Com isso, caiu para 17,1 pontos porcentuais a diferença para a CAR da região, que ontem estava em 10%. O volume de água disponível também recuou 0,1 ponto porcentual ontem, para 29,4% da capacidade total, ante os 29,5% do dia anterior.   O nível dos reservatórios também continua em queda no Sul, refletindo a medida do operador de exportar energia da região para o Sudeste. Na quarta, o recuo foi de 0,7 ponto porcentual, para 69,9%. Desta maneira, a diferença para a CAR da região caiu de 50,5 pontos porcentuais para 50 pontos porcentuais, considerando uma curva de aversão ao risco de 19,9%.   Segundo o informativo, o Sudeste exportou na quarta 2,208 mil MW médios para o Nordeste, que também recebeu 404 MW médios do Norte. O Sul enviou 406 MW médios para o Sudeste. O Brasil ainda importou 33 MW médios da Argentina. A produção de Itaipu foi de 10,378 mil MW médios. A oferta hidrelétrica foi de 37,458 mil MW médios, 125 MW médios acima do programado pelo ONS.   Já a produção térmica foi de 5,988 mil MW médios, dos quais 1,815 mil MW médios de Angra I e II e 4,173 mil MW médios de fontes convencionais (como gás natural e óleo combustível). O volume gerado pelas térmicas convencionais ficou 538 MW médios abaixo do previsto pelo operador por dificuldades no suprimento de gás e por causa de problemas técnicos. A carga apurada pelo ONS no Sistema Interligado Nacional (SIN) foi de 53,913 mil MW médios.

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