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Residências consomem 18% menos energia que em 97

Por Alaor Barbosa
Atualização:

O consumo médio residencial de energia elétrica no Brasil continua quase 18% abaixo do observado em 1997, o mais elevado da série histórica do País, quando atingiu o equivalente a 179 kWh por mês. Segundo dados divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento de longo prazo do setor energético do País, no mês de outubro o consumo médio residencial de eletricidade atingiu 147 kWh/mês. E o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, prevê que só em 2015 ou 2016 o consumo médio residencial voltará a atingir o pico de 1997. Tolmasquim disse que o racionamento de energia em 2001 alterou "drasticamente" vários hábitos dos brasileiros, que reduziram o consumo. Ele concorda, também, que uma parcela na queda resultou do ''fator preço'', já que as tarifas de energia elétrica no Brasil registraram aumentos de quase 250% nos últimos dez anos. "Vários fatores contribuíram. Além do fator preço houve melhoria na eficiência energética. Muitos consumidores mudaram os seus hábitos após o racionamento de 2001 e esse comportamento se mantém", acentuou. O menor consumo médio no País foi registrado entre 2001 e 2002, na época do racionamento, quando a média nacional caiu para 137 kWh mensal, após o crescimento acelerado observado entre 1994 e 1998, na época do Plano Real. O consumo médio saiu de 148 kWh médio em 1994 para o recorde de 179 kWh em 1998, caindo para 172 kWh no ano 2000 e para os 137 kWh de 2002. A média atual é semelhante à registrada 13 anos atrás, em 1994. Segundo a EPE, o Brasil tem 51,533 milhões de consumidores de energia elétrica. Só neste ano de 2007, até outubro, foram acrescidos mais 1,7 milhão de consumidores, dos quais 25% referentes ao programa ''Luz Para Todos'', destinado à moradores das zonas rurais. Além de mais consumidores, Tolmasquim disse que a melhoria no emprego e na renda também contribuem para o aumento no consumo de energia elétrica. Segundo dados do IBGE citados pela EPE, a taxa de desocupação (nível de desemprego) no País caiu de 12,4% em 2003 para o nível de 9,7% este ano. Além disso, houve aumento de 3,6% no rendimento médio real e os empréstimos bancários se expandiram 24,8% este ano. "Há mais pessoas empregadas, o rendimento médio é maior e há mais crédito para a compra de eletrodomésticos, o que contribui para o maior consumo de eletricidade", disse Tolmasquim.

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