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Resistência em socorrer montadoras irrita Congresso dos EUA

Legisladores querem que Tesouro force os bancos a concederem empréstimos com recursos que receberam

Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

O Congresso dos Estados Unidos está descontente com o fato de o Tesouro não estar forçando os bancos a conceder empréstimos com o dinheiro que receberam do governo. Outro ponto de estresse é a resistência do secretário do Tesouro, Henry Paulson, à pressão para que o pacote beneficie também as montadores de veículos de Detroit. A dissonância alimentou um debate sobre como exatamente o fundo deve ser usado: apenas para resgatar o sistema financeiro ou também os pilares da economia mais ampla?   Veja também: Paulson abandona compra de ativo podre e foca no consumidor De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos   O deputado democrata Barney Frank, presidente da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA, disse ontem ter ficado desapontado com o descarte do plano de compra de ativos podres por parte de Paulson. "Acho que ele está errando ao não usar (o dinheiro) dessa forma", opinou.   O secretário do Tesouro admitiu que ainda não sabe como atender ao pedido do Congresso para que o Tarp ajude os donos de imóveis em dificuldade a evitar a execução de suas hipotecas. Inicialmente, o Tesouro pretendia usar sua alavancagem - quando se tornasse proprietário dos empréstimos residenciais e ativos lastreados em hipotecas - para encorajar os emprestadores a ajudar os proprietários de imóveis em dificuldade. Agora que esses ativos não serão comprados pelo Tesouro, é preciso elaborar um plano alternativo.   "Usar o dinheiro do Tarp para reduzir as execuções de hipotecas não estava apenas contemplado no plano, era um dos principais focos", defendeu Frank. Não se sabe o que o governo americano conseguirá fazer para ajudar a conter a onda de execuções, se é que algo será feito.   Numa entrevista, Paulson disse que "há uma obrigação de usar os fundos de forma a se obter o melhor efeito possível para atender às necessidades que prevemos".

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