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Resultado da produção industrial em agosto foi "positivo", diz Mantega

Segundo ele, com a revisão na produção de julho e o desempenho de agosto, a sinalização é de que a produção industrial crescerá em torno de 2% no 3º tri

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou de "positivo" o crescimento de 0,7% da produção industrial em agosto ante julho, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo ele, com a revisão que o IBGE fez na produção de julho (de 0,6% para 0,7%) e o desempenho de agosto, a sinalização é de que a produção industrial crescerá em torno de 2% no terceiro trimestre. "O terceiro trimestre será melhor do que o segundo, onde a produção foi fraca. Se estava mal, agora está bem. A produção industrial está aquecida e continuará assim no quarto trimestre", afirmou Mantega. O ministro atribuiu o crescimento da indústria à queda na taxa de juro. Segundo ele, a produção no terceiro trimestre está respondendo aos cortes na taxa básica realizados no início do ano, por conta da defasagem de seis meses, entre o corte de juro e o impacto na produção. "Estamos colhendo os frutos da redução na taxa de juros", disse o ministro. Como a taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 14,25% ao ano), continuou sendo reduzida pelo Banco Central nos meses seguintes, Mantega avalia que a produção industrial vai continuar se expandindo, puxando a taxa de crescimento total da economia. "A indústria é a locomotiva da atividade econômica", afirmou. PIB Mantega previu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre deve ficar entre 1% e 1,5%. Para o quarto trimestre, o ministro fez previsão semelhante de expansão do PIB, entre 1% e 1,5%. Ele manteve, por enquanto, a previsão de crescimento de 4% do PIB em 2006. "É prematura uma revisão da previsão do ano", afirmou o ministro. Segundo ele, o governo vai aguardar o comportamento da economia no terceiro trimestre para avaliar a necessidade de revisar a previsão. O ministro também fez uma estimativa de crescimento dos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) de 7,5% a 8% em 2006. Ele considerou uma notícia favorável a divulgação nesta quinta pelo IBGE, que indica crescimento de 2,8% dos investimentos em agosto em relação a julho, de 5,8% no acumulado do ano e de 7,4% em 12 meses. O ministro disse que a taxa é "boa" e que demonstra que a economia está preparada para o aumento da demanda por produtos e serviços sem gerar inflação. "É um número para ser festejado." O ministro reiterou, no entanto, que o ideal seria que os investimentos estivessem crescendo a taxas semelhantes às da China. "Como o Brasil não é a China e vocês (em referência aos jornalistas) não são chineses, podemos ser mais modestos. Fico satisfeito com (o crescimento da FBCF) o dobro do PIB." Ele também destacou o crescimento dos bens de consumo duráveis. PPI O ministro afirmou que o governo poderá utilizar a margem do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) para cumprir a meta de superávit primário de 4,25% do PIB em 2006. Segundo ele, uma decisão sobre o assunto, no entanto, só será tomada no final do ano, após avaliação mais detalhada sobre o desempenho das contas do governo. "Se for necessário, vamos usar, porque a legislação assim o permite. Mas não há necessidade de vermos isso agora", explicou o ministro. De acordo com a regra do PPI, o governo poderá abater neste ano até 0,15 ponto porcentual do PIB na meta de superávit primário. A regra só vale, no entanto, para investimentos efetivamente realizados no âmbito desse mecanismo. Dessa forma, o governo poderia, na prática, atingir um superávit primário de 4,10% do PIB sem descumprir legalmente a meta oficial de 4,25% do PIB. Mantega destacou que o governo pretende executar todo o orçamento do PPI em 2006, pois são investimentos importantes para a economia. Mantega enfatizou ainda que o governo cumprirá a meta de superávit primário e voltou a rechaçar as críticas de que há risco de crise fiscal. Orçamento Mantega afirmou que a edição de medida provisória (MP) que liberou, na quarta-feira, R$ 1,5 bilhão do Orçamento para gastos é de rotina e não tem impacto eleitoral e político. "Ninguém está olhando para isso", disse o ministro. "Não vejo como isso pode ter impacto eleitoral", acrescentou, referindo-se à liberação, por exemplo, de R$ 148 milhões para prevenção da gripe aviária e de R$ 539 milhões para pagamento de serviços prestados pela Caixa Econômica Federal ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Segundo Mantega, a MP foi editada com base em avaliações das receitas do governo em setembro, que, segundo ele, apresentaram melhora. Por isso, na avaliação do ministro, não há incoerência da MP com o corte de R$ 1,6 bilhão que o governo fez em setembro. Mantega explicou que o corte foi feito com base em um relatório bimestral de julho e agosto que o governo enviou ao Congresso em setembro. Naquele momento, segundo ele, foi detectada uma queda das receitas em relação ao que o governo havia projetado para o período. O ministro da Fazenda acrescentou que os gastos autorizados pela MP de ontem estão no "espaço orçamentário" que permite "fechar as contas" com o superávit primário dentro da meta de 4,25% fixada para 2006. Ele disse que, se o próximo relatório de receitas e despesas indicar necessidade, o governo fará outro corte nas despesas, "até maior". Matéria alterada às 13h27 para acréscimo de informações

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