
08 de agosto de 2019 | 08h33
O tom positivo no exterior, com o arrefecimento pontual dos temores sobre o comércio e diante dos sinais de afrouxamento monetário global, e a conclusão da reforma da Previdência na Câmara devem embalar os negócios no Brasil nesta quinta-feira, 8.
No Brasil, os investidores, que já esperavam pela aprovação da reforma da Previdência em segundo turno na Câmara, devem reagir bem nesta manhã ao fato de que o texto foi aprovado com rejeição dos oito destaques apresentados pela oposição, mantendo a economia prevista de R$ 933,5 bilhões em dez anos.
O texto será analisado agora pelo Senado, que pode apresentar proposta paralela tratando da inclusão dos Estados e municípios e do sistema de capitalização.
Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a previsão é de que a reforma passe no Senado em dois turnos até 30 de setembro. Mas, conforme apurou a Coluna do Estadão, senadores já jogaram água fria na tentativa do governo de ressuscitar a capitalização. "Não passa de maneira nenhuma", afirmou o presidente da Comissão Especial da Previdência no Senado, Otto Alencar (PSD-BA).
O Congresso já coloca agora no radar a reforma tributária. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que está disposto a dialogar com o governo para avançar com o tema, mas sem fazer previsão de cronogramas.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta manhã o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de julho. O índice oficial da inflação do País deve ganhar força em relação a junho, mas ainda assim seguir abaixo da meta de 4,25% no acumulado em 12 meses, mantendo um cenário favorável para mais cortes da Selic, a taxa básica de juros, este ano.
Pesquisa do Projeções Broadcast indica que a expectativa para o IPCA varia de 0,16% a 0,30%, com mediana de 0,25%. Em junho, o IPCA ficou em 0,01% e, em julho de 2018, em 0,33%. Para 12 meses, que até junho estava em 3,37%, as projeções vão de 3,19% a 3,34% em julho, com mediana de 3,28%, bem abaixo do centro da meta de inflação de 4,25% estabelecida para 2019.
A China divulgou aumento inesperado nas exportações em julho, de 3,3%, contrariando estimativa de analistas de recuo de 2% e revertendo queda de 1,3% registrada em junho. Acabou ficando em segundo plano a decisão do banco central chinês de desvalorizar o yuan ao nível mais fraco desde 2008, estabelecendo a taxa de paridade em 7,0039 yuans por dólar.
E em meio a uma onda de cortes de juros em vários países, incluindo Nova Zelândia, Índia e Tailândia nesta quarta, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de Chicago, Charles Evans, disse que a instituição pode ter de dar mais estímulo do que o definido na semana passada, caso as tensões crescentes no comércio levem a uma desaceleração mais aguda da economia americana.
No começo da manhã, os mercados futuros de Nova York e as Bolsas da Europa tinham alta: Londres subia 0,32%; Paris, 0,76%; e Frankfurt, 0,77%. Dow Jones Futuro avançava 0,27%; S&P500 Futuro, 0,36%; e Nasdaq Futuro,0,59%.
Na Ásia o dia terminou com valorização de 0,37% na Bolsa de Tóquio, de 0,93% em Xangai, de 0,57% em Seul, depois de seis pregões seguidas no vermelho, e de 0,48% em Hong Kong.
O Petróleo WTI para setembro tinha alta de 1,74% para US$ 51,98 o barril, no pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex) e o Brent para outubro avançava 1,10%, para US$ 56,85 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
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