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Retomada de exportação de carne à UE pode demorar, diz SRB

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast)
Atualização:

A retomada das exportações de carne bovina brasileira para o mercado europeu pode demorar, disse o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, nesta terça-feira. "A liberação é um negócio demorado. Estamos com a credibilidade no fundo do poço", afirmou Ramalho, durante uma entrevista coletiva na feira de tecnologia agrícola Agrishow. As exportações de carne bovina do Brasil para a Europa foram totalmente suspensas no início do ano, depois que os brasileiros falharam em apresentar um sistema de rastreabilidade do rebanho bovino de acordo com as exigências dos europeus. Depois de negociações, as autoridades da UE autorizaram exportações de apenas cerca de cem fazendas, o que não permite que o país tenha nem perto do volume anterior de vendas ao bloco. "É difícil prever quando vamos estar liberados, mas não acredito que seja rápido. Para retomar umas 3 mil a 4 mil fazendas, criando volume para exportar, antes do final do ano não vai acontecer", acrescentou o presidente da SRB. A expectativa do governo --que adotou uma série de medidas para buscar implementar a rastreabilidade nos moldes exigidos-- é de os europeus, com as novas diretrizes, voltem a importar a carne brasileira gradativamente. "Na verdade, o europeu está colocando a gente em uma escola", disse ele, referindo-se às exigências européias. "Não é porque o cliente é chato que a gente vai dispensar ele da loja." Para o presidente da SRB, a postura do Brasil em relação ao embargo às exportações de carne bovina imposto pela União Européia ainda distanciou o país do bloco, grande consumidor de produtos agrícolas nacionais. "Quando a gente bate no peito e diz que o Brasil é o melhor, nós precisamos lembrar que não exportamos para os principais compradores do mundo, responsáveis por 50 por cento do comércio mundial de carne", destacou. Os europeus estavam antes do embargo entre os principais compradores da carne do Brasil em volumes, perdendo apenas para a Rússia. No entanto, eles compravam os melhores cortes, pagando os preços mais altos pelo produto. O presidente da SRB, no entanto, se queixou da rigidez das regras européias. "São Paulo está livre de aftosa há 12 anos e a Europa está fechada para São Paulo", afirmou. (Edição de Marcelo Teixeira)

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