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Retomada do crescimento virá de forma progressiva, sem uso de dinheiro público, diz Guedes

'Não temos ilusões. Nossa ideia intuitiva sempre foi de que o crescimento no primeiro ano seria em torno de 1%, no segundo, deve ir para uns 2%, no terceiro, para 3%, e no quarto, para uns 4%', disse o ministro da Economia

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Por José Fucs
Atualização:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao Estado que a retomada do crescimento virá, mas virá de forma progressiva, sem a adoção de estímulos viabilizados com dinheiro público.

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“Nós queremos aceleração do crescimento, mas não temos ilusões”, afirmou. “Nossa ideia intuitiva sempre foi de que o crescimento no primeiro ano seria em torno de 1%, no segundo, deve ir para uns 2%, no terceiro, para 3%, e no quarto, para uns 4%. Isso é um processo gradual.”

Guedes disse que costuma usar a imagem da baleia arpoada, porque, conforme o governo vai tirando os arpões, a economia vai ganhando dinamismo, começa a recuperar a dinâmica do crescimento sustentável.

Dirigismo

“A gente está tirando os arpões devagarzinho e a economia está começando a se mexer”, afirmou. “É um movimento sustentável, porque agora se baseia no crédito privado, na iniciativa privada, não tem anabolizantes.”

Segundo ele, o Brasil foi perdendo a dinâmica do crescimento ao longo de quatro décadas, desde os últimos anos do regime militar e depois, com a redemocratização, em razão do excesso de intervencionismo, do dirigismo exagerado, do descontrole dos gastos públicos. “O Brasil foi gastando cada vez mais e cada vez pior, sempre tentando turbinar a economia com dinheiro público. O grande pecado da social democracia foi acreditar que o governo é a solução e que os mercados são um problema.”

Para o ministro, um exemplo negativo foi o do ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, derrotado nas últimas eleições pelos peronistas. “Ele começou bem, depois afrouxou e acabou mal.”

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Petróleo

Na visão de Guedes, a alta do preço do petróleo tem um efeito interno nefasto nos custos dos combustíveis. Mas, de acordo com ele, como o Brasil tem petróleo e é “a maior fronteira” do produto no mundo, o País está ficando mais rico e não mais pobre com a alta das cotações internacionais.

Em sua visão, com a aprovação da cessão onerosa do pré-sal pelo Congresso, que estava travada há cinco anos, o petróleo vai começar a jorrar. “É a cessão onerosa que vai irrigar o Pacto Federativo, com a descentralização progressiva dos recursos hoje concentrados com o governo federal. Serão R$ 450 bilhões para Estados e municípios nos próximos dez anos. Vai ser o maior programa social que já existiu.”

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