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'Retomada é esperança para sanar débitos acumulados', diz Rodrigo Oliveira, do Mocotó

Chef de São Paulo tem dívidas com impostos, mas ampliou serviços de delivery e serve refeições diárias para população carente

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Chef Rodrigo Oliveira faz entregas por delivery e ação social para população carente Foto: Daniel Teixeira/Estadão

"Estamos em modo de sobrevivência. Tentamos equilibrar as contas com a receita possível com o delivery, única fonte de renda atualmente. Obviamente não chega nem perto se comparado ao funcionamento normal. Mas até hoje não mandamos ninguém embora entre os cerca de 60 funcionários do Mocotó. Já no Balaio, onde a condição era diferente, tivemos de desligar algumas pessoas. Ele fica dentro do Instituto Moreira Salles, na avenida Paulista, e tinha ligação direta com os escritórios e bancos do entorno e essa turma toda está em home office.

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Antes da pandemia, o delivery representava 20% do faturamento do Mocotó. Agora equivale a 30% do que faturávamos antes, mas é 100% do que vendemos. Já o Balaio, que começou a operar com delivery na pandemia, fatura 10% do que era antes. Também temos quatro cafés, todos operando apenas para entregas. Para ajudar mais, nas datas comemorativas, como a Páscoa, criamos cestas com menus específicos para as pessoas finalizarem em casa.

Outra coisa que fizemos foi comprar uma empresa de embalagens que são muito eficientes, são lacradas, usam 97% de papel é têm uma película impermeável. É a Squadra, fica em Guarulhos e hoje atende também os melhores restaurantes de São Paulo.

Estamos no fim das nossas reservas, usamos tudo o que tínhamos. Tivemos de atrasar alguns pagamentos de impostos - agora parcelamos e estamos tentando quitar. A esperança é de uma retomada a médio prazo para começarmos a sanar os débitos acumulados nesse período. Ainda assim, mantemos o projeto de um restaurante em Miami (EUA), que está pronto, mas não foi inaugurado.

No ano passado, logo no começo da pandemia decidimos fechar e assumimos um compromisso de fazer o possível para ajudar a combater a pandemia e colocamos nosso expertise a serviço da comunidade. Nosso foco foi sobreviver, claro, mas ajudar o maior número de pessoas no meio do caminho. No mesmo dia do fechamento começamos a servir refeições para o pessoal da comunidade e não falhamos nenhum um dia até hoje.

São 100 a 120 refeições diariamente. Foram mais de 55 mil servidas até agora. Também doamos cestas básicas com produtos orgânicos para cerca de 200 a 250 famílias por mês. Parte importante é bancada por nós, incluindo a cozinha e nosso pessoal para preparar a comida, e temos muitos apoios com doações e vaquinhas."

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