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Reunião de Cancún fracassou, diz comissário europeu

Por Agencia Estado
Atualização:

O comissário europeu de Comércio, Pascal Lamy, admitiu hoje que a 5ª Reunião Ministerial de Cancún "fracassou", desgastando não somente a Organização Mundial de Comércio (OMC), como representando uma falta de oportunidade para países desenvolvidos e em desenvolvimento. "Todos nós teríamos ganho se tivesse tido algum resultado positivo, mas todos perdemos", continuou Lamy, ao reforçar que a rodada do México iniciou com 50% das negociações e terminou em retrocesso: "Voltamos aos 30%", completou. Já o comissário europeu de Agricultura, Franz Fischler, afirmou que um acordo sobre a liberalização do comércio para agricultura "poderia ter sido possível", tendo a Europa, segundo ele, oferecido "significantes medidas para dar aos países em desenvolvimento o melhor negócio", o que não foi visto desta forma pelo dos Grupo dos 21 países em desenvolvimento, coordenado pelo Brasil. Apesar de o G-21 ter considerado o texto final do chanceler mexicano Luiz Ernesto Derbez na questão agrícola "mais aceitável" do que o texto inicial do presidente geral do Conselho da OMC, o embaixador uruguaio Perez Del Castillo, não foi possível acordo. O Brasil não aceita o pré-acordo euro-americano que prevê redução de subsídio à exportação apenas para alguns produtos de interesse dos países em desenvolvimento. Porém, nem produtos, nem prazos chegaram a ser dicutidos. "Aceitamos assumir (em Cancún) que os países ricos devem arcar com a maior parte da carga da liberalização", acrescentou Fischler, reforçando que não importa o que aconteça com o futuro da Agenda do Desenvolvimento de Doha, a União Européia "continuará a mudar sua política agrícola, tornando-a mais competitiva". Organização medieval O comissário Lamy voltou a afirmar, ontem, ao encerramento da rodada, o que já havia dito em Seattle, em 1999. "A OMC parece uma organização medieval", porque, de acordo do Lamy, o número de procedimentos e regras da organização não suporta o "peso da tarefa". "Não há como estruturar e encaminhar discussões entre 146 países membros, buscando consenso, é preciso melhorar as bases de decisão". A partir de agora, os temas ficam para os grupos de negociação que têm até 15 de dezembro para avançarem nas questões não acertadas em Cancún. O texto da agricultura volta para as mãos de Stuart Harbinson, presidente do comitê de agricultura, com a cooperação do presidente do Conselho Geral, Perez Del Castillo.

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