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Reunião do Copom é destaque da agenda econômica

Por Flavio Leonel e FRANCISCO CARLOS DE ASSIS E RENATO MARTINS
Atualização:

Após uma semana reduzida por feriados nos Estados Unidos e no Brasil, a agenda doméstica de eventos econômicos traz uma das reuniões mais aguardadas do Comitê de Política Monetária (Copom) no ano. O Banco Central precisa tomar a difícil decisão de paralisar ou não o processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, iniciado em setembro de 2005. A reunião do Copom começa na terça-feira, 16, e termina no dia seguinte, já no período da noite. Levantamento da Agência Estado com 60 instituições de mercado mostra que 35 de um total de 60 bancos, corretoras, consultorias e departamentos econômicos de empresas aguardam manutenção da Selic no nível atual de 11,25%. Para as demais instituições consultadas, o comitê reduzirá a taxa em 0,25 ponto porcentual, repetindo a decisão tomada em setembro. A análise da maioria dos consultados é de que o BC já sinalizou, por meio da ata da reunião do Copom de setembro e no mais recente Relatório Trimestral de Inflação, que será ainda mais parcimonioso que de costume. Para estes especialistas, ambos os documentos vieram mais duros e conservadores do que o normalmente observado e reforçaram a necessidade de acompanhamento das pressões que a demanda aquecida poderia trazer para a inflação. Quanto às demais instituições, que esperam mais um corte, a interpretação é de que os cenários internacional e doméstico estão bem mais favoráveis do que em setembro. O segundo evento mais aguardado da semana é a divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de agosto. O anúncio será feito na quinta-feira. Em julho, as vendas no varejo cresceram 0,50% ante junho e 9,20% sobre julho de 2006. Durante a semana, mais três indicadores de inflação serão divulgados. O primeiro é o IPC-S da segunda quadrissemana de outubro, que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciará na terça-feira. Na primeira prévia do mês, o índice apontou alta de 0,34%, ante 0,23% no fechamento de setembro. No mesmo dia, a FGV anuncia o IGP-10 de outubro. Em setembro, o indicador mostrou variação de 1,47%. Na quinta-feira, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará o IPC da segunda quadrissemana de outubro. No primeiro levantamento do mês, a inflação na capital paulista subiu para 0,26%, ante 0,24% em setembro. Mesmo assim, o coordenador do índice, Márcio Nakane, revisou a taxa projetada para o final de outubro, de 0,34% para 0,24%, por conta do bom cenário da inflação no município. A semana começa com as tradicionais divulgações da Pesquisa Focus, pelo Banco Central, e da parcial da balança comercial do mês, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ambas na segunda-feira. EUA Nos Estados Unidos, a semana também reserva indicadores importantes para o acompanhamento da saúde econômica do país. Pelo menos cinco dirigentes do Federal Reserve, o banco central norte-americano, falam em público entre segunda e sexta-feira, entre eles o presidente da instituição, Ben Bernanke, em três ocasiões diferentes. O ex-presidente do Fed Alan Greenspan tem duas aparições públicas programadas. As atenções dos mercados, porém, deverão se concentrar na divulgação do "livro bege" do Fed, na quarta-feira. Trata-se do sumário sobre as condições da economia norte-americana que servirá de base para as decisões de política monetária a serem tomadas na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc), nos dias 30 e 31 de outubro. Alguns dos indicadores mais importantes são o índice de preços ao consumidor (CPI), marcado para quarta-feira (17), e a produção industrial de setembro, que o Fed divulga na terça, junto com a taxa de utilização da capacidade. Para segunda-feira, está previsto o anúncio do índice Empire State de atividade industrial e, na terça-feira, saem as vendas do comércio varejista em setembro. Também continuam a merecer acompanhamento o índice do setor de hipotecas do Mortgage Bankers, que sai na quarta-feira, e o índice nacional do setor de moradias, na terça.

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