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Reunião do Fed deve influenciar negócios

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro dá o fecho a outubro nesta segunda-feira e inicia novo mês terça-feira numa semana em que o feriado de quarta-feira tende a levar a uma redução de negócios em todos os segmentos. A semana mais curta e menos movimentada, porém, não tira a atenção do mercado de focos, principalmente no cenário externo, que devem afetar os investimentos. "O quadro internacional vai continuar exercendo uma influência muito grande nos negócios no mercado interno", avalia Rodrigo Boulos, tesoureiro do Banif Investment Bank. A resposta do mercado a eventos e expectativas no exterior ficou clara na última semana, quando os movimentos mais acentuados nos preços das ações e do dólar foram alimentados por recorrentes incertezas com a economia e juros americanos. Entre os principais indicadores com divulgação nesta semana nos EUA, Boulos aponta o PCE, um deflator de preços pagos pelo consumidor americano muito acompanhado pelos investidores e pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano), que será conhecido hoje. O evento de maior interesse, contudo, é a reunião do Fed, na Terça-feira. De acordo com a expectativa geral, o Fed deverá definir novo aumento de 0,25 ponto porcentual no juro de curto prazo, que seria arredondado para 4% ao ano. "A discussão no mercado é até onde vai a elevação dos juros americanos." A idéia é que eles podem subir até 4,50%, nível que já estaria embutido nos preços dos ativos, mas o temor mais recente é que a alta poderia ir além, comenta o tesoureiro do Banif. Daí, a expectativa também com o comunicado que será divulgado após o encontro, em que o Fed poderia fornecer eventuais pistas sobre o ritmo e o limite de ajuste do juro americano. Nos EUA, ainda, vai atrair a expectativa dos investidores o depoimento de Alan Greenspan, presidente do Fed, ao Comitê Misto de Economia do Congresso. Greenspan vai falar na quinta-feira sobre as perspectivas da economia americana. Internamente, o olhar do mercado estará voltado aos indicadores de inflação. O principal deles, segundo Boulos, é a inflação de outubro pelo IPC da Fipe, que será conhecido na sexta-feira. A ata considerada positiva da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada semana passada, reforçou especulações sobre possível aceleração do ritmo de redução do juro básico. O tesoureiro do Banif Investment Bank avalia que, pelo comportamento da inflação e da atividade, há espaço para um corte maior do juro, mas o Banco Central não deve abrir mão da atitude conservadora. "A preocupação do BC é não criar volatilidade nos mercados, principalmente no de dólar, com reduções mais agressivas." O que se pretenderia é uma alta gradual da cotação do dólar à medida que os juros forem caindo. Para uma ala do mercado, uma indicação de queda contínua e persistente dos juros poderia acelerar a reação do dólar.

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