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Reunião dos presidentes é tema de jornais argentinos

O principal foco abordado pelo Clarín, La Nación e Ámbito Financiero foi a do preço do produto. Negociações devem ser longas

Por Agencia Estado
Atualização:

A cúpula dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner, Evo Morales e Hugo Chávez, na última quinta-feira, em Puerto Iguazú, é o principal destaque de todos os jornais argentinos. "Cúpula: Bolívia garante gás e briga pelo preço". Com essa manchete de capa, o Clarín afirma que "os presidentes conseguiram baixar a tensão e deram um marco político ao debate pelo preço do gás, que Evo quer aumentar para a Argentina e Brasil". No entanto, o Clarín opina que a discussão sobre o preço do gás será uma negociação "muito mais complexa e seguramente muito mais longa" que a reunião da última quinta. "Porque já se sabe. Para os acordos políticos as palavras costumam alcançar mas discutir por dinheiro, mesmo entre amigos da vizinhança regional, é outra coisa". Em seus três páginas de cobertura, o jornal dedicou uma reportagem para destacar o "papel de mediador" exercido por Kirchner entre Lula e Morales. O La Nación, por sua vez, escolheu um título similar ao Clarín: "Bolívia continuará enviado gás, mas não se sabe a que preço". Fontes dos governos da Argentina e da Bolívia revelaram ao jornal que Morales pretende aplicar um aumento de 64% no preço do produto vendido à Argentina, o que elevaria para US$ 5,5 o milhão de BTU. "O endurecimento que o Brasil mostrou nas últimas horas jogará em favor da Argentina: se não aceita esse preço (o aumento de 64%) e Bolívia muda a oferta, baixará também a tarifa argentina porque ambos contratos estão vinculados", ressalta o La Nación. Ironia Já o sempre irônico Página 12 estampou acima da foto dos presidentes com as mãos unidas ao estilo dos quatro mosqueteiros, o título: "Finalmente gasificado". O jornal afirma que embora a negociação sobre o preço do gás tenha ficado para os próximos dias, de forma bilateral, paralela à cúpula de quinta, esse assunto foi discutido pelos ministros da área de petróleo e gás de cada um dos quatro países. "Andrés Soliz Rada (Bolívia), Julio De Vido (Argentina), Silas Rondeau (Brasil) e Rafael Ramírez (Venezuela) analisaram o tema de forma global", diz o jornal. O Ámbito Financiero optou por minimizar a reunião ao titular: "Quatro presidentes só acertaram em Iguazú continuar falando. Ganhou Evo". O jornal explicou a afirmação com "um dado concreto: Bolívia aumentará o preço do gás que vende ao Brasil e à Argentina". Ámbito também afirma que se o aumento comprometer os índices de inflação na Argentina, o governo de Néstor Kirchner "implementará um esquema de auto-abastecimento. Suspenderá as exportações do combustível ao Chile e ao Uruguai, amparado pelo novo esquema energético surgido da medida de Morales".

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