PUBLICIDADE

Rio de Janeiro tem baixo estoque de diesel S-50

Por Vinicius Neder
Atualização:

As distribuidoras de combustíveis no Estado do Rio de Janeiro estão com estoques baixos de diesel S-50, tipo menos poluente do combustível, adotado a partir de janeiro, informou, nesta segunda-feira, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz. Na quinta-feira (27) e na sexta-feira (28), os estoques estavam em "menos de dois dias", quando o normal são cinco dias.Segundo Vaz, houve problemas na produção do S-50 na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na região metropolitana do Rio. "Houve problemas na refinaria nas últimas semanas, que levaram a uma redução na oferta. A Petrobras está se mobilizando para superar isso, mas eu diria que os estoques estão baixos. Estamos trabalhando com muita intensidade para superar isso, especialmente contando com a normalização dos bombeios pela Petrobras", disse Vaz após participar do 1º Encontro de Logística de Biocombustíveis do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira.O problema estaria afetando todo o Estado do Rio. Segundo Vaz, os baixos estoques requerem atenção. "Estamos em contato com a Petrobras. Esse fim de semana estavam previstos bombeios mais elevados de S-50 para começar a normalizar a situação", disse, completando que não teve informações sobre a normalização do fornecimento desde a sexta-feira (21).O presidente do Sindicom não soube dar maiores detalhes sobre o problema na Reduc, classificando-o apenas como "técnico" e localizado na produção. Para Vaz, problemas dessa natureza mostram as dificuldades da infraestrutura logística de combustíveis no País, ao mesmo tempo em que a demanda cresce a taxas elevadas. "A Petrobras disponibilizou S-50 para buscar em São Paulo. Aí tem que contratar caminhão", afirmou.Na palestra, Vaz garantiu que o novo tipo de diesel está disponível em todo o País, apesar dos problemas logísticos. Os custos de distribuição, porém, contribuem para elevar o preço, que varia de 5% a 10% acima do diesel convencional. Quanto mais ao interior uma localidade, mais próxima de 10% é a diferença e, em muitos lugares, como Brasília, o transporte responde pela maior parte dela.Um dos problemas, segundo Vaz, é que o volume de S-50 no mercado ainda é muito pequeno, já que o modelo adotado no Brasil tornou obrigatório o diesel menos poluentes apenas para frota nova. "É um veículo novo, mais eficiente, mas que está pagando por essa situação de uma logística ainda deficiente em função dos baixos volumes", afirmou.Além do crescimento na demanda por combustíveis, a infraestrutura de logística estaria em estresse por causa do aumento da importação de gasolina pela Petrobras. De acordo com Vaz, muitas vezes o produto importado é entregue em locais diferentes dos usuais. "Na medida em que você precisa mudar a forma de abastecimento. Ou seja, em vez de ser uma oferta em todas as refinarias, tem esse complemento em alguns polos alternativos, isso leva à necessidade de contratar caminhões", explicou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.