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Rio despenca em ranking que mede competitividade de Estados; São Paulo lidera

Segunda maior economia do Brasil caiu da 11ª para a 17ª posição entre 2020 e 2021, enquanto Estado paulista se manteve em primeiro lugar; Goiás agora está entre os 10 mais competitivos

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Por Thaís Barcellos
Atualização:

Com a segunda maior economia do País, o Rio de Janeiro despencou no Ranking de Competitividade dos Estados de 2021, caindo do 11.º lugar, em 2020, para o 17.º na classificação geral, elaborada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria Integrada. O Rio está em queda livre nos últimos anos – era o 8.º em 2016.

Os resultados, que foram antecipados ao Estadão/Broadcast, serão apresentados em evento hoje, às 9 horas, com transmissão pela TV Estadão.

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O pódio do ranking é o mesmo da edição anterior: São Paulo segue na frente em competitividade, seguido por Santa Catarina e Distrito Federal. À exceção do Rio, todos os Estados do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste estão entre os 10 primeiros. A novidade é a presença de Goiás, que subiu de 12.º para 10.º lugar, trocando de posição com o Ceará – melhor colocado do Nordeste. A lanterna é formada por Pará (25.º), Acre (26.º) e Roraima (27.º). O Piauí subiu seis posições, para 20.º.

O ranking agrega 86 indicadores e busca um entendimento mais abrangente das 27 unidades da federação, com o objetivo de melhorar a gestão pública e também servir como ferramenta para decisões de investimentos produtivos. Os indicadores são organizados em 10 pilares: segurança pública, infraestrutura, sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, capital humano, eficiência da máquina pública, potencial de mercado e inovação.

A perda de competitividade do Rio é disseminada – ocorreu em sete dos 10 pilares do ranking. Com as contas no vermelho há anos e afogado em dívidas, o Estado fluminense agora é o último do País em solidez fiscal. Já em segurança pública, perdeu três lugares e é vice-lanterna. O único pilar em que o Rio ganhou posições foi em potencial de mercado, mesmo assim é o 18.º.

Por outro lado, o salto de seis posições do Piauí no ranking se deveu à “melhora espantosa” na qualidade do gasto público, destaca Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP. O Estado subiu 14 posições no pilar de solidez fiscal, principalmente pela melhora do indicador resultado primário – em que avançou 25 posições, para 2.º. Conforme dados do Tesouro Nacional, o superávit no Piauí mais do que dobrou em 2020, para R$ 1,974 bilhão.

São Paulo se manteve como o Estado mais competitivo do País na passagem de 2020 para 2021. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pandemia

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As sequelas da covid-19 sobre os indicadores estaduais ainda são pouco visíveis, sobretudo porque as dificuldades trazidas pela pandemia impediram a atualização de dados.

Dos 86 indicadores do ranking, 16 ficaram sem atualização por dificuldades relacionadas à pandemia, dos quais sete são de âmbito social, como inadequação de moradia, famílias abaixo da linha da pobreza, desigualdade de renda.

“Infelizmente, não tivemos atualização desses números, que deveriam mostrar uma relação importante com a pandemia”, avalia Cepeda.

No pilar de educação, quatro dos seis indicadores ficaram sem atualização, em um ano em que as escolas fecharam. “Acho que isso responde mais sobre o impacto da pandemia nos dados educacionais dos Estados do que qualquer análise sobre os números”, resume Cepeda. 

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