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Rio Tinto rejeita US$ 19 bi de investimento da China

Para se capitalizar, mineradora australiana anunciou que vai lançar uma oferta de ações de US$ 15,2 bi e fechou parceria com a rival BHP Billiton

Por Agências internacionais e LONDRES
Atualização:

A mineradora australiana Rio Tinto rejeitou a proposta de investimento da gigante estatal chinesa Aluminum Corp. of China (Chinalco), no valor de US$ 19,5 bilhões. O acordo entre as duas empresas havia sido anunciado em fevereiro. A Rio Tinto vai pagar ao grupo chinês US$ 195 milhões pela desistência. Para se capitalizar sem precisar do investimento chinês, a mineradora anunciou que pretende fazer uma oferta de ações, com direito preferencial de subscrição, que chega a US$ 15,2 bilhões. Além disso, informou ter acertado um acordo com a rival BHP Billiton para operar conjuntamente minas situadas na região oeste da Austrália. Segundo as empresas, essa parceria, que será efetivada principalmente na área de logística, pode significar bilhões de dólares em cortes de custos. ACORDO A Rio Tinto procurou a Chinalco em fevereiro para que a companhia chinesa a ajudasse a equilibrar o balanço patrimonial, pressionado por uma dívida de US$ 38,7 bilhões. Uma parcela de US$ 8,9 bilhões dessa dívida vence em outubro. O acordo previa que a Chinalco pagaria US$ 12,3 bilhões por participações minoritárias num pacote de ativos de minério de ferro, cobre e alumínio. Os chineses também comprariam US$ 7,2 bilhões em bônus conversíveis, que aumentariam sua participação na mineradora dos atuais 9% para 18%. Mas alguns acionistas se opuseram aos termos do acordo, ao mesmo tempo em que a Rio Tinto aparentemente conseguiu mais opções com a recuperação das bolsas e dos mercados de commodities, que estavam em mínimas históricas. Segundo uma fonte próxima ao assunto, a Rio Tinto decidiu desistir do acordo com a Chinalco porque as ações da mineradora subiram depois que o acordo foi fechado, o que tornou o bônus conversível que a Chinalco compraria desvantajoso para a Rio Tinto e seus acionistas. Isso forçou a gerência da empresa a buscar novos termos com a Chinalco, mas ficou claro que uma solução definida mutuamente não poderia ser alcançada. Com base no preço de fechamento de ontem, as ações da Rio Tinto subiram 81% desde 2 de fevereiro, quando a mineradora reconheceu pela primeira vez as negociações com a Chinalco. Esse aumento eliminou o prêmio que a Chinalco pagaria pelos bônus conversíveis. Nesse meio tempo, as mineradoras Xstrata e Lonmin tiveram sucesso na emissão de novas ações para impulsionar os respectivos balanços. "A Rio Tinto permanece interessada em uma potencial colaboração futura com a Chinalco e continua a reconhecer a importância da China e a construir laços fortes no país", disse, em comunicado, o presidente do conselho de administração da Rio Tinto, Jan du Plessis.

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