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Risco Argentina não apavora empresários

Esta é a quinta e última de cinco reportagens especiais sobre um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo futuro presidente da República: como evitar que a economia brasileira repita os erros que levaram a Argentina à pior crise de sua história

Por Agencia Estado
Atualização:

Empresários da indústria ouvidos pela Agência Estado não demonstram pânico com o alardeado ?efeito tango?, mas aproveitam o debate para também oferecem avaliações diferentes sobre o alcance do tema no debate eleitoral. Para o diretor de Competitividade Industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mario Bernardini, o debate é alimentado pelo fato de os pré-candidatos reconhecerem que há problemas no modelo econômico brasileiro atual que podem levar o País à crise. ?A mudança é obrigatória?, diz. Segundo ele, todos os pré-candidatos dizem que priorizarão o aumento de exportações e substituição de importações para melhorar o déficit em conta corrente e diminuir a vulnerabilidade externa, possibilitando assim cortar juros e reativar a produção e o comércio, aumentando a renda e o emprego. ?Isso só será possível com mudanças no modelo atual?, defendeu. Controle O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Carlos Delben Leite, também vê a questão pela ótica do crescimento. ?O que os pré-candidatos estão tentando fazer é demonstrar qual deles tem mais capacidade para conduzir o processo de crescimento do País, evitando virar uma Argentina?, disse. Segundo ele, ?virar Argentina? significa perder o controle da situação, sair do rumo do crescimento. ?Essa disputa mostra o amadurecimento da sociedade, que hoje tem pontos como crescimento econômico, reforma tributária, equilíbrio orçamentário e redução dos juros como fundamentais. A disputa eleitoral será para ver quem tem mais condições de levar o Brasil adiante?, afirmou Delben Leite. Exagero Para o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida, apesar de o tema estar vinculado à campanha, o Brasil está longe de se transformar em uma nova Argentina. ?Primeiro porque lá foi feita nos últimos dez anos uma política cambial equivocada, que no Brasil já foi consertada há tempos, e segundo que a Argentina promoveu uma profunda desindustrialização do país, algo que nós não fizemos?, disse. Ele acredita que o debate em torno de o Brasil correr o risco de entrar em profunda crise, com altos índices de desemprego, crises de desabastecimento e turbulências no mercado financeiro, é puramente eleitoral. ?O Brasil está muito longe de ser uma nova Argentina. Essa discussão entre os pré-candidatos é só para ver quem é que pode mais?, disse. Leia o especial

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