PUBLICIDADE

Risco Brasil poderá cair mais, dizem europeus

Por Agencia Estado
Atualização:

Analistas europeus apostam que a taxa de risco Brasil vai continuar seguindo a tendência de queda, pelo menos no curto prazo, ainda mais diante da expectativa de sucesso do governo hoje na aprovação da votação da emenda constitucional que altera o artigo 192 da Constituição, permitindo a regulamentação do sistema financeiro. Gerentes de fundos de investimentos do mercado londrino afirmam que os fluxos de capitais direcionados aos mercados emergentes continuam fortes, sendo que os ativos brasileiros são os que mais despertam interesse, pois ainda oferecem retornos mais elevados do que outros países. Segundo o Deutsche Bank, o risco Brasil deverá declinar para uma faixa entre 900 e 950 pontos no curto prazo. ?As condições técnicas do mercado em geral, e para o Brasil em particular, permanecem muito positivas?, disse o banco em nota para investidores. O diretor de pesquisa do banco WestLB, Giancarlo Perasso, também ressalta a importância da vitória do governo na votação do artigo 192. "Vai reforçar o movimento gradual de retomada de confiança no País, temos uma avaliação positiva para o Brasil", disse. A gerente do fundo de investimentos para países emergentes do Rothschild Asset Management, Ingrid Iversen, acredita na continuidade de alta dos papéis da dívida brasileira e na redução do risco Brasil. "O interesse pelo Brasil nos últimos dias está muito forte, impressionante até", disse Iversen. Agência de risco A agência de classificação de risco Fitch, que alterou a perspectiva da notas dos títulos da dívida do Brasil de ?negativa? para ?estável? no mês passado, considera que os primeiros 100 dias do governo Lula ?superaram todas as expectativas?, mas alerta que a economia do País terá que superar obstáculos importantes nos próximos meses. Em entrevista à Agência Estado, o diretor para dívida soberana, David Ridley, evitou comentar sobre possíveis mudanças na classificação do país. ?A nossa avaliação dos primeiros meses de governo é muito boa e isso se refletiu na mudança da perspectiva do rating?, disse Ridley. ?O governo está sabendo administrar muito bem esse período de lua-de-mel, conseguindo equilibrar uma boa relação com os mercados e o FMI, estabilizando as finanças públicas e não negligenciando a sua agenda social.? Ridley disse que o governo enfrentará uma série de desafios nos próximos meses. ?Será preciso aprovar a reforma da Previdência, continuar administrando um orçamento apertado e lidar com as expectativas inflacionárias?, afirmou. ?Esses são alguns dos pontos importantes que serão acompanhados atentamente nos próximos meses.? Emissão de títulos A queda do risco Brasil para abaixo dos mil pontos aqueceu as especulações dos profissionais de mercado sobre uma possível emissão de títulos soberanos no mercado externo. Durante o encontro anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizado em Milão há duas semanas, uma fonte da equipe econômica afirmou que as captações externas, interrompidas desde o primeiro semestre do ano passado, poderão ser retomadas quando o risco Brasil se aproximasse dos 900 pontos. Analistas do mercado londrino dizem que promover uma emissão com o atual; risco "ficaria caro", mas observam que o governo poderia optar por uma captação de pequeno porte, apenas para enviar uma mensagem positiva ao mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.