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Risco brasileiro e de emergentes sobe com golpe na Tailândia

Às 13h45 (de Brasília), o risco brasileiro avançava 6 pontos, para 224 pontos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os papéis da dívida brasileira devolveram os ganhos registrados depois da divulgação do inflação ao produtor (PPI), com a notícia do golpe militar na Tailândia. A informação afeta negativamente a dívida de todos os emergentes. Às 13h45 (de Brasília), o risco dos emergentes, avaliado pelo índice Embi+, subia 5 pontos para 197 pontos, enquanto o brasileiro avançava 6 pontos, para 224 pontos. Para o analista de mercado, Carlos Alberto Bifulco, porém, o golpe de Estado na Tailândia e o seu reflexo nos títulos dos emergentes no mercado mundial representam uma "situação passageira, como o foi a questão dos foguetes da Coréia do Norte." "Creio que um aumento em 6 pontos no risco Brasil, que avançou para 224 pontos, pode ser considerado irrelevante neste momento, pois como a situação é passageira, a recuperação deverá ocorrer nas próximas horas", afirmou. Na opinião de Bifulco, "o mercado procurou, através de seus investidores em papéis da Tailândia, recuperar alguma perda de imediato e como não conseguiram, atiraram para todos os lados, buscando um ressarcimento. E o que ocorre é que os papéis acabam se desvalorizando com uma queda passageira." Carlos Alberto Bifulco disse entender que "a economia brasileira no momento está estável, com crescimento, mesmo que pequeno, mas está. E vai ultrapassar este momento com certa tranqüilidade". "Contexto complexo" Segundo o analista Hugo Diaz Laurenco, da consultoria Delphos Investiments, as crises na Tailândia e na Hungria podem ser a gota d´água para afugentar os investidores dos mercados emergentes. "Vimos um contexto complexo em função das expectativas de baixo crescimento econômico por várias questões, dentre as quais duas são básicas: a situação nos Estados Unidos provocada pela queda no mercado imobiliário que levará à uma desaceleração de sua economia em 2007; e a baixa dos commodities que atingiram seus preços máximos em maio e começaram a desinflar depois disso", explica Laurenco. Ele considera que além dos dois pontos citados, os temores e ameaças de um golpe na Tailândia e a crise na Hungria "provocam mais ruídos nos mercados que começam a fazer alguns ajustes que poderiam ser de um, dois dias ou mais profundos, como ocorreu em maio, quando a bolsa americana caiu 8% e os mercados emergentes, 25%". Para Laurenco, "daqui até o fim do ano, o ajuste nos mercados será inevitável e levará à uma baixa de até 10% na bolsa americana e até 30% nos emergentes". O analista considera que os investidores têm sido muito "complacentes com os emergentes diante de um cenário tão complexo". Já o analista Aldo Abram, diretor geral da consultoria Exante, a posição argentina no mercado de dívida não deverá ser afetada de forma significativa pela crise na Tailândia. Segundo ele, "a Argentina está bastante forte para enfrentar algo que está ocorrendo tão longe". Abram justifica sua opinião destacando que o perfil de vencimento da dívida da Argentina "é um dos melhores da região, muito melhor que o do Brasil". Ele diz ainda que "não há necessidade forte de financiamento, já que esse não passa de 2% do PIB, e a solvência fiscal é muito grande. Para Abram, uma crise na Tailândia "não teria motivos para repercutir na Argentina", apesar dos mercados terem registrado uma leve queda dos preços da dívida emergente após a divulgação da tentativa de golpe contra o governo tailandês. Um índice de referência para as ações dos mercados emergentes, o ISHR MSCI Emerging Markets, perdeu mais de 2% logo após a declaração do estado de emergência por parte do primeiro ministro tailandês Thaksin Shinawatra. Matéria alterada às 16h43 para acréscimo de informações

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