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Risco de paralisação é muito alto por falta de insumos, diz Anfavea

Luiz Carlos Moraes, presidente da associação que representa as montadoras, alerta para o 'risco imediato' de paralisação de fábricas, que pode acontecer ainda nesta semana, por falta de insumos como aço, borracha, pneus e materiais plásticos

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

Diante da falta de peças nas linhas de montagem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alertou nesta segunda-feira, 7, para o "risco imediato" de paralisação de fábricas de veículos. Conforme a direção da associação que representa as montadoras instaladas no País, existe a possibilidade de linhas pararem nesta semana, afetando o desempenho de fim de ano do setor.

Carros Foto: Washington Alves/ Estadão

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"O risco de paralisação é muito alto agora para dezembro, inclusive, talvez, para esta semana", afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, que considerou a situação como preocupante. "Esse é um risco imediato, não é teórico", acrescentou o dirigente da Anfavea, citando, em entrevista coletiva, problemas de abastecimento em insumos como aço, borracha, pneus e materiais plásticos.

Moraes, que no mês passado já tinha relatado a ocorrência de "microparadas" na cadeia de suprimentos, informou que as montadoras seguem dando apoio a seus fornecedores, o que inclui, além de ajuda logística, a compra de matérias-primas que estão em falta e que também tiveram aumento de preços.

Ele atribuiu o quadro de desabastecimento a um descompasso entre a retomada rápida da produção industrial e a capacidade de abastecimento dos fornecedores. Esse desequilíbrio, na avaliação dele, pode ser corrigido em questão de um ou dois meses, mas sem evitar, porém, um impacto na produção na reta final do ano.

Além da falta de sincronia da produção entre os elos da cadeia, Moraes citou a interrupção do abastecimento de insumos importados em razão de contaminações por covid-19 no exterior. Como exemplo, apontou um fornecedor na Inglaterra que teve a produção afetada pela segunda onda do vírus na Europa.

"A indústria está tentando mitigar o risco (de paralisação), mas milagre a gente não faz. Se faltar peça, a consequência será a dificuldade no faturamento de veículos. Existe o risco forte e pode acontecer em dezembro", assinalou o executivo.

Moraes também voltou a ressaltar o aumento de custos na indústria automotiva em razão de reajustes de insumos, especialmente o aço. "O aumento de aço vai na veia. É quase impossível não repassar esse custo [...] As siderúrgicas lançaram um bumerangue que pode voltar para elas na forma de queda de volumes", comentou o presidente da Anfavea, referindo-se ao impacto dos preços mais altos sobre a demanda por automóveis.

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