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Rivais na Copa, parceiros nos negócios

O rival argentino no jogo desta sexta-feira, a Alemanha, é também o segundo maior investidor europeu no pais, ficando atrás somente da Espanha

Por Agencia Estado
Atualização:

O duelo que as seleções argentina e alemã enfrentam nesta sexta-feira é um clássico da rivalidade no mundo do futebol. Mas o rival argentino na Copa do Mundo é também o segundo maior investidor europeu na Argentina, ficando atrás somente da Espanha. As empresas tradicionais, como a Volkswagen, Mercedes Benz, Bayer e Siemens operam no país desde meados do século passado. Outras, como Edding, Knauf, Isenbeck, Shering, Merck e Wintershall Energia, também estão presentes no território nacional, somando-se à cifra de US$ 764,9 milhões de investimentos realizados somente no ano passado, conforme um levantamento realizado pela consultoria Abeceb.com. Por meio de um Tratado de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos, assinado pelos ex-presidentes Carlos Menem e Richard von Weizsacker, em 1991, a Alemanha investiu US$ 450 milhões, entre 1991 e 1996, na Argentina. Em 1994, desembarcou no país a cervejaria Isenbeck; em 96, Merck comprou o laboratório Volpino, e no mesmo ano, a Mercedes Benz ampliou sua fábrica. Dois anos depois, a Volks investiu na produtora de caixas de câmbio Transax, enquanto a Knauf chegou com suas fábricas de placas de gesso. Um ano mais tarde, a petrolífera Winstershall entrou no consórcio de construção do Gasoduto Cruz del Sur, e a Siemens comprou 60% de Itrón, empresa que passou a chamar-se Pago Fácil, atualmente a maior rede de pagamentos de contas de serviços no país, e a transportadora de dinheiro Brinks. Sem romance A história da Siemens com o governo argentino não é propriamente um romance. A empresa venceu uma licitação em 1999 para confeccionar as carteiras de identidade dos cidadãos argentinos. Mas o governo do então presidente Fernando De la Rúa suspendeu a licitação sob a acusação de que houve corrupção no processo. O fato gerou uma ação legal por parte da companhia, quem pediu uma indenização no valor de US$ 500 milhões. Os investidores alemães também foram os estrangeiros que mais adquiriram bônus argentinos, os quais entraram em default, em janeiro de 2002, e provocaram um forte protesto naquele país. Depois disso, os capitais alemães fugiram da Argentina mas com o robusto crescimento do país nos últimos três anos, uma média de 9% anual, os investidores voltaram a olhar para esse lado do Rio de la Plata. Investimento estrangeiro Conforme a pesquisa da consultoria, em 2004, 44% do investimento estrangeiro direto na Argentina foi de origem européia e a Alemanha ficou com segundo lugar, depois da Espanha. Números repetidos em 2005. Na balança comercial, em 2005, os alemães compraram US$ 867 milhões da Argentina, basicamente minerais e carne, enquanto que o mercado argentino importou de lá US$ 1,3 bi em automóveis, produtos eletrônicos e bens de capital. Independentemente do resultado do jogo, definitivamente, Argentina e Alemanha são bons parceiros comerciais.

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