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Rodada de Doha começa com impasse

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rodada de Doha não poderia ter começado pior. Nesta segunda-feira, a Organização Mundial do Comércio (OMC) teria sua primeira reunião sobre as negociações lançadas em novembro do ano passado no Catar. Mas com menos de cinco minutos de reunião, o encontro foi suspenso por falta de acordo entre os 142 países da OMC sobre quem seria o presidente das negociações. A maioria dos governos, inclusive o Brasil, defende que o diretor-geral da OMC, Mike Moore, assuma o posto. Mas um grupo de pouco mais de dez países em desenvolvimento, liderados pelo Paquistão, rejeitam essa possibilidade. O argumento oficial é de que as negociações - que vão em direção a uma liberalização comercial mundial até 2005 - devem ser conduzidas por um representante de um governo eleito entre os 142 membros da OMC, e não pelo diretor da organização. Todos na OMC sabem, porém, que o obstáculo é outro. Países em desenvolvimento, como o Paquistão, acusam Moore de adotar sempre as posições defendidas pelos países ricos nas negociações comerciais. A maioria dos diplomatas na OMC tentavam minimizar o problema. "Tudo isso já estava previsto", afirmou o diretor da OMC, Mike Moore. Mas o embaixador do Canadá, Sérgio Marchi, alerta: "a manutenção desse impasse por muito tempo poderá ser um sinal negativo para o futuro das negociações". Por enquanto, a única certeza entre os governos é de que, se em um tema administrativo o impasse já interrompe negociações, a tendência é de que os debates sobre temas como a abertura do mercado agrícola ou de regras comerciais vão exigir muita habilidade diplomática dos países nos próximos três anos.

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