PUBLICIDADE

Publicidade

Rolls Royce disputará mercado de energia para comércio

Apostando numa "solução rápida" para o abastecimento de gás natural do país, a empresa pretende transferir a tecnologia de suas turbinas de avião e de plataformas de petróleo para a terra e explorar este nicho

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rolls Royce quer abocanhar uma fatia de distribuição de energia no Brasil ainda pouco explorada: a de pequenos geradores movidos a gás destinados a comércio e indústria. Apostando numa "solução rápida" para o abastecimento de gás natural do país, a empresa pretende transferir a tecnologia de suas turbinas de avião e de plataformas de petróleo para a terra e explorar este nicho, informou nesta terça-feira o presidente da Rolls Royce para a América Latina, Francisco Itzaina, em entrevista exclusiva ao Estado, na Rio Oil & Gás Expo and Conference, no Rio. "Temos a certeza do aumento da produção de gás natural no país com os investimentos programados pela Petrobrás e estamos apostando todo nosso expertise em ocupar este nicho", explicou, sem dar maiores detalhes sobre a expectativa de potencial de geração de energia a partir destes sistemas. Para o executivo, "não há dúvida de que a matriz energética no Brasil deverá mudar muito nos próximos dez anos". "A energia hídrica certamente reduzirá a sua participação e a participação do gás certamente vai aumentar consideravelmente", prevê. Ele cita que esta nova tecnologia da Rolls Royce será voltada principalmente para atender a shoppings centers ou hospitais, por exemplo. "Não temos a menor intenção em entrar no mercado de grandes consumidores, como uma usina termelétrica ou uma indústria de grande porte. Não é o nosso foco", descartou. Segundo ele, este segmento de energia - hoje com sede na Noruega e que vem sendo desenvolvido em todo o mundo - no Brasil representa um potencial crescimento, da mesma forma que o setor marítimo e offshore (exploração de petróleo em alto-mar). Na prática, diz ele, desde que as encomendas do setor aeronáutico começaram a escassear, estes dois últimos setores equilibraram os resultados da companhia no Brasil e impulsionaram o crescimento do faturamento. O executivo evitou falar de valores e projeções para os negócios da empresa no futuro. Comentou apenas que os negócios da empresa nesta área triplicaram nos últimos anos. Foram 34 navios construídos na atual década e participação na construção de compressores para quase todas as plataformas encomendadas pela Petrobrás nos últimos quatro anos. Na carteira de encomendas mundial da Rolls Royce - que soma cerca de US$ 45 bilhões, considerando todos os segmentos em que a empresa atua - estão ainda por serem entregues as plataformas P-51, P-52, PRA 1, e P-53, que juntas somam cerca de US$ 1 bilhão em negócios segundo valores do mercado, além de já estar de olho nas novas encomendas que devem vir do setor privado para os investimentos offshore no Brasil. "Não podemos dizer o quanto vamos crescer porque isso depende muito de ganharmos as licitações que a Petrobrás realiza, mas enquanto a estatal continuar encomendando, e enquanto outras empresas ainda quiserem investir nesta área no Brasil, temos condições de participar de todas as concorrências e continuar crescendo", disse, salientando que hoje a companhia já produz equipamentos para a Petrobras com 80% de conteúdo nacional. Sobre a possibilidade de atingir os 100%, inaugurando uma unidade de produção de turbinas no país, o executivo é evasivo: "A Rolls Royce procura por oportunidades sempre em todo o mundo e nada está definitivamente descartado. Hoje, num curtíssimo prazo, posso dizer que isso não está nos nossos planos, mas se no futuro o volume de encomendas justificar este investimento, por que não?", indaga.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.