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Rombo nas contas externas soma US$ 15,2 bi no 1º trimestre, o maior em 5 anos

Segundo o Banco Central, resultado se deve à piora no saldo da balança comercial, que teve superávit de US$ 3,6 bilhões de janeiro a março ante US$ 7,5 bilhões no mesmo período de 2019

Por Fabrício de Castro
Atualização:

BRASÍLIA - As contas externas do Brasil tiveram rombo de US$ 15,242 bilhões no primeiro trimestre do ano, com aumento de 1,32% na comparação com o mesmo período de 2019, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 24. Foi o maior déficit para o período desde 2015.

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O resultado das transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do País, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

De acordo com o BC, a piora no rombo das contas externas na parcial deste ano se deve, unicamente, à piora do saldo da balança comercial. O resultado da balança comercial no primeiro trimestre foi positivo, houve superávit de US$ 3,636 bilhões. Entretanto, esse valor é muito inferior ao verificado no mesmo período de 2019 (US$ 7,557 bilhões).

As compras de produtos brasileiros desabaram com o avanço da pandemia do novo coronavírus pelo mundo, que motivaram a execução de restrições de circulação das pessoas. No dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia de covid-19 - o termo pandemia se refere ao momento em que uma doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas. 

As contas de serviços e rendas, por sua vez, registraram melhora nos três primeiros meses deste ano. O déficit na conta de serviços somou US$ 6,852 bilhões no primeiro trimestre deste ano, contra resultado negativo de US$ 7,544 bilhões no mesmo período de 2019.

Sede do Banco Central, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/ Estadão

As rendas apresentaram rombo de US$ 12,027 bilhões de janeiro a março deste ano, contra um déficit de US$ 15,056 bilhões no primeiro trimestre do ano passado.

Em todo ano passado, o déficit das contas externas do Brasil subiu 22%, para US$ 50,762 bilhões. Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de um déficit menor por causa da pandemia do novo coronavírus, que chegaria a US$ 41 bilhões.

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Investimento estrangeiro

O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 19,235 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com alta de 5,18% frente ao mesmo período de 2019 (US$ 18,287 bilhões).

Esse foi o maior valor para os três primeiros meses de um ano desde 2018, quando os investimentos diretos na economia brasileira somaram US$ 21,157 bilhões.

Com isso, os investimentos estrangeiros foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no acumulado deste ano (US$ 15,242 bilhões).

Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.

Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 78,559 bilhões em 2019, com pequena alta frente ao ano anterior.

Para 2020, o Banco Central estima um ingresso de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.

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