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Rombos de capital de bancos da UE são só 'ponta do iceberg', diz autoridade do BCE

Membro do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu afirma que grandes problemas podem estar à vista

Por Stefano Bernabei
Atualização:

Insuficiências de capital reveladas em alguns bancos numa verificação de saúde bancária na Europa são apenas a "ponta do iceberg", disse nesta quarta-feira o membro do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Ignazio Angeloni, sugerindo que problemas mais profundos podem estar à frente. Ele disse que enquanto as análises regulatórias deste ano sobre os bancos focaram em níveis de capital, os supervisores do BCE passarão a olhar agora "as raízes dos problemas". "Isso tem a ver com modelos de negócios, o contexto de negócios, governança corporativa e sistemas de controle interno dos bancos, administração de risco de crédito e risco operacional", disse Angeloni numa conferência do setor bancário.

Ignazio Angeloni diz que BCE olhará as "raízes dos problemas" dos bancos Foto: Divulgação/Comissão Europeia

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"Também precisamos considerar que em muitos casos a falta de capital é apenas a ponta do iceberg", disse ele.

Após sujeitar os bancos europeus a "testes de estresse" de seus balanços contábeis durante o ano, o BCE agora planeja um exame mais profundo para ver se os negócios são suficientemente lucrativos, eficientes e bem administrados.

Treze bancos, incluindo quatro na Itália, fracassaram nos testes de estresse, cujos resultados foram publicados no fim de outubro, e precisam preencher um rombo de capital totalizando 9,5 bilhões de euros, embora alguns já tenham adotado medidas para fechar o déficit.

O banco italiano Monte dei Paschi di Siena saiu como o banco com o maior rombo corrente, de 2,1 bilhões de euros, e como outros bancos enviaram um plano ao BCE explicando como fechará a lacuna.

Angeloni disse que o BCE pediu a alguns dos bancos que apresentaram um plano de capital que façam "ajustes".

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