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Rondeau: Brasil e Bolívia podem ser parceiros em biodiesel

Segundo o ministro de Minas e Energia, países podem construir usina em território boliviano, que seria tocada pela Petrobras, em parceria com empresa da Bolívia

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse nesta quinta-feira, 15, que Brasil e Bolívia poderão ser parceiros em um projeto de construção de uma usina de biodiesel em território boliviano. Segundo o ministro, o projeto poderia ser tocado pela Petrobras em parceria com uma empresa boliviana. Sempre ressaltando que esse projeto ainda está em estudo, Rondeau disse que a usina teria capacidade para produzir 50 milhões de litros por ano. O investimento necessário, disse Rondeau, seria de aproximadamente US$ 50 milhões. O ministro contou que ainda não se falou sobre a localização da usina, mas disse que o mais provável é que seja instalada na região da Bolívia produtora de soja, como Santa Cruz de la Sierra, já que essa commodity pode ser usada como matéria-prima para a fabricação do combustível. Refinarias Segundo Rondeau, as negociações entre a Petrobras e a estatal boliviana YPFB sobre a situação das duas refinarias da empresa brasileira no país vizinho "estão dentro do prazo" e "andando bem tecnicamente". De acordo com o ministro, já foi concluída a auditoria encomendada pela Petrobras para avaliar o valor das duas unidades. Rondeau disse que não poderia comentar qual foi o resultado dessa avaliação, mas informou que a Petrobras está aguardando, agora, a conclusão da auditoria encomendada pelos bolivianos. Depois que a YPFB apresentar sua avaliação sobre o valor das refinarias, os dois relatórios (o da Petrobrás e o da empresa boliviana) serão confrontados, e as eventuais diferenças serão negociadas. "Se os resultados das auditorias não baterem, as empresas vão negociar", disse Rondeau. O decreto de nacionalização dos recursos naturais da Bolívia, editado em maio do ano passado, previa, também, a nacionalização das duas refinarias da Petrobras no país. A diretoria da estatal, porém, vem dizendo que, para passá-las às mãos da YPFB, exige um "pagamento justo" por esses ativos. E é justamente para se chegar a esse valor justo que as duas partes encomendaram auditorias para avaliar o preço de venda das refinarias. Complexo do Madeira O ministro afirmou que, nas reuniões de quarta-feira, as autoridades bolivianas "não voltaram a mencionar" suas críticas ao projeto do Complexo Hidrelétrico do Madeira, em Rondônia. Recentemente, autoridades bolivianas vinham dizendo que o projeto (que será implantado inteiramente no Brasil) poderia causar impactos ambientais em território boliviano. Essa hipótese vem sendo negada pelo governo brasileiro. "A questão do Madeira não fez parte da pauta. Esse não é um projeto binacional. As duas usinas (Santo Antonio e Jirau) ficarão dentro do Brasil", disse Rondeau, acrescentando que, na sua opinião, os bolivianos também já entendem que o projeto não afeta seu território. O ministro acrescentou que Brasil e Bolívia estudarão a possibilidade de construir uma usina hidrelétrica binacional no Rio Mamoré, na divisa entre os dois países. Essa usina, que seria instalada no município de Guajará-Mirim, terá capacidade para gerar 3 mil megawatts (MW). Rondeau disse que os bolivianos pediram ajuda do Brasil para fazer o inventário de outras bacias hidrográficas localizadas em território boliviano. Segundo o ministro brasileiro, o potencial hidrelétrico total da Bolívia é estimado em cerca de 190 mil MW.

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