
10 de abril de 2017 | 05h00
A construtora Rossi está negociando com bancos suas dívidas corporativas, referentes à captação de recursos para financiar seus projetos, que hoje somam cerca de R$ 1,2 bilhão. A companhia tem ainda mais R$ 1,3 bilhão em débitos, reunidos em Sociedades de Propósitos Específicos (SPEs), que são responsáveis por cada uma de suas obras, que não estão em discussão.
O grupo, que anunciou a volta da família Rossi ao comando no início do ano, é assessorado pela consultoria RK Partners, a mesma que reestrutura a PDG, para alongar suas dívidas e ganhar mais fôlego para seguir adiante. Segundo Fernando Miziara, diretor financeiro da incorporadora, a companhia está fazendo a “lição de casa” para voltar a ser rentável.
Assim como outras incorporadoras, durante o período de crescimento econômico, a Rossi expandiu sua atuação para fora da região Sudeste. Por causa das dificuldades financeiras, o grupo chegou a ter obras paralisadas. Agora, diz ter resolvido a situação. “Concluímos 45 obras nos últimos 18 meses e temos 15 em andamento. Não temos mais empreendimentos parados”, disse Miziara.
Crise. O pior cenário para os bancos, que hoje são credores de boa parte das construtoras no País, seria a falência de grandes grupos, o que poderia provocar um risco sistêmico.
Os bancos estão atentos à crise das incorporadoras e acompanham de perto a gestão de cada companhia. “Em muitos casos, os bancos têm os imóveis como garantia, mas não dá para jorrar mais recursos para empresas de gestão inviável”, disse uma fonte de um grande banco ao Estado.
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