Publicidade

Royalties do pré-sal devem ser divididos com todos os brasileiros, diz Lobão

Por Nicola Pamplona e Kelly Lima
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que ainda não há definição para os royalties do pré-sal, mas a ideia é repartir os ganhos entre "todos os brasileiros" e não só para Estados e municípios produtores. Segundo ele, o novo modelo não vai repetir a distribuição atual. "Vamos criar o fundo social para servir a todos os brasileiros, de acordo com o previsto na Constituição", disse Lobão, respondendo a uma crítica sobre a possível inconstitucionalidade na mudança. A Constituição diz que municípios e Estados produtores de recursos minerais ou hídricos devem ser compensados pelos impactos da exploração. O argumento de Lobão é que os produtores de petróleo já são beneficiados com a atração de investimentos. "O Rio, por exemplo, está recebendo hoje o maior investimento individual da América Latina, que é o Comperj", disse, referindo-se ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, orçado em US$ 8,4 bilhões, em Itaboraí. A questão mobiliza os municípios fluminenses produtores de petróleo, que já entregaram carta ao ministro reclamando de possíveis mudanças. Eles propõem que pelo menos 40% dos royalties sejam distribuídos pelo modelo atual. No ano passado, as prefeituras ficaram com R$ 4,8 bilhões de royalties e participações especiais sobre campos de grande produção. Lobão afirmou que as discussões ainda estão em andamento. O governo deve apresentar no fim do mês a proposta de novo marco regulatório para o setor, mas não se sabe se incluirá os royalties. Há dúvidas até se continuarão existindo, uma vez que contratos de partilha de produção normalmente não incluem royalties ou participação especiais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.