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Rumor de estatização derruba ações nos EUA

Declaração de senador democrata sobre possível nacionalização de bancos fez despencar as ações do Citigroup e do Bank of America

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Atualização:

O rumor de uma possível estatização de bancos nos Estados Unidos derrubou fortemente as bolsas americanas na tarde de ontem. As principais vítimas foram as ações do Citigroup e do Bank of America, que chegaram a cair cerca de 30% e lideraram as mínimas do mercado intraday. Somente após um comunicado da Casa Branca desmentindo os boatos, os mercados esboçaram reação. Os papéis do Citigroup fecharam em queda de 22,31% e os do Bank of America recuperaram parte das perdas, fechando em -3,56%. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 1,34%. Um dos fatores que desencadearam a onda de mau humor entre os investidores foi a declaração do senador democrata Christopher Dodd de que os bancos podem ser estatizados por "um breve período". "Estou preocupado de que podemos no final ter de fazer isso, pelo menos por um breve período de tempo", disse à emissora de TV Bloomberg. O site de análise técnica ChartingStocks.net ainda afirmou que o Citigroup e o Bank of America "não viveriam para ver maio" e teriam o controle assumido pelo governo nos próximos 60 dias. Segundo o site, o anúncio poderia ser feito ainda na noite de ontem. Para tentar conter o derretimento dos papéis, a Casa Branca veio a público para dar garantias de que prefere que os bancos permaneçam privados. "Esta administração continua a acreditar fortemente que o sistema bancário mantido privadamente é o caminho correto a seguir", disse o porta-voz Robert Gibbs. Em seguida, o Tesouro americano também se pronunciou. "Existem muitos rumores no mercado, como sempre, mas não se deve considerar isso como nenhuma indicação da política desta administração", disse o porta-voz da instituição em comunicado. "Como o secretário (Timothy) Geithner tem dito, vamos preservar um sistema financeiro que seja de propriedade e gerenciado pelo setor privado." Os dois bancos também deram declarações negando as especulações. Ken Lewis, executivo-chefe do Bank of America, afirmou por meio de um porta-voz que não há motivo para estatizar o banco. "Nossa companhia continua lucrativa. Não vemos motivos por que uma companhia lucrativa, bem capitalizada, com bons níveis de liquidez e que continua a emprestar ativamente, deveria ser estatizada." Lewis argumentou que o banco obteve lucro em 2008, enquanto outros divulgaram prejuízos de bilhões de dólares. E afirmou que o Bank of America terá lucros significativos quando a economia estiver recuperada. No entanto, o mercado crê que a estatização está próxima. As ações do banco chegaram ao menor nível em 52 semanas recentemente e atualmente operam 76% abaixo do preço registrado no primeiro dia do ano. "A especulação sobre a estatização é baseada na falta de entendimento da posição financeira de nosso banco e na escassez de compreensão das ramificações adversas para os nossos clientes e para a economia", rebateu. A porta-voz do Citigroup, Shannon Bell, disse à agência Dow Jones que "a base de capital do banco é muito forte". "Continuamos a focar e fazer progressos na redução de ativos no nosso balanço, na redução de despesas e organizando nosso negócios para crescimento do lucro".

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