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Rumores não afetam valor da Petrobras, diz Gabrielli

Por Kelly Lima
Atualização:

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, descartou a hoje a possibilidade de o valor de mercado da Petrobras ter caído por conta dos rumores sobre as possíveis mudanças no marco regulatório e a possibilidade de criação de uma nova estatal. Indagado sobre o tema ao término de evento sobre o meio ambiente na sede da empresa no Rio, Gabrielli disse apenas que "a queda do valor de mercado está associada à queda do barril de petróleo como um todo". "Caiu com a Shell, caíram todas as empresas do mundo", argumentou. Diante da insistência de alguns repórteres sobre o tema, o executivo disse que não acreditava em qualquer relação entre esta queda com a criação de uma nova estatal. "Não acredito porque até agora não teve nenhuma definição sobre o futuro e o futuro é o que define o comportamento de muitos investidores". Segundo ele, há "muita especulação no curto prazo" em relação às possibilidade de mudança no marco regulatório. "Os investidores estão olhando tudo isso muito no curto prazo e neste período há especulação demais". Pouco antes da entrevista, em discurso durante o evento de lançamento do programa Petrobras Ambiental, Gabrielli havia destacado que a indústria de petróleo é obrigada a trabalhar com prazos mais longos para definir investimentos. "Precisamos combinar a utilização das riquezas, com sustentabilidade e distribuição de recursos", afirmou. Ainda em discurso ele argumentou que o elemento central da indústria do petróleo é a definição de projetos no longo prazo. "Sem definir o que será produzido, não dá para definir o que vai ser dividido. Sem produzir, não há o que dividir", disse. O comentário pôde ser interpretado pelos presentes como uma referência à discussão, que hoje está em voga no País, sobre o aumento dos tributos, royalties e participações especiais sobre a produção de petróleo. Indagado posteriormente sobre a intenção desta referência, Gabrielli disse que estava falando da "indústria como um todo". Preços Gabrielli também destacou que a queda do preço do petróleo, que vem sendo percebida no mercado internacional nas últimas semanas, pode ser passageira e tende a ser revertida. "É provável que estejamos numa tendência de queda, mas nada definitivo. Vai voltar a crescer (o preço do barril)", disse ele. Ele lembrou que a companhia "não acompanha o dia-a-dia da volatilidade" para o repasse de altas ou baixas no preço internacional para os seus dois principais combustíveis no mercado interno, a gasolina e o diesel. A estatal reajustou ambos - depois de quase três anos - em maio, quando informou ter percebido uma mudança no patamar. "Quando o petróleo foi a R$ 157 por barril, dizíamos que era uma alta de curto prazo, da mesma maneira que nós achamos que esta queda também é de curto prazo", afirmou.

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