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Rumores sobre fechamento de capital

Rumores sobre o fechamento de capital da Souza Cruz, Acesita, Vigor e a Bompreço foram negados pelas empresas, mesmo assim, suas ações valorizaram na Bovespa. Segundo a CVM, as empresas não poderiam esconder a informação do público.

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma enxurrada de rumores sobre fechamento de capital tomou conta do mercado brasileiro neste início de ano. Recentemente, já foram alvo de especulações desse tipo a Souza Cruz, Acesita, Vigor e a Bompreço. Das quatro empresas envolvidas, nenhuma confirmou que tivesse planos para deixar o mercado. A Souza Cruz, Vigor e Acesita negaram o fechamento de capital. A Bompreço afirmou que não tem "nada a declarar" sobre os boatos. Apesar da negativa das empresas, as ações das companhias envolvidas em rumores sobre fechamento de capital dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As ações da Vigor mostram a valorização mais expressiva, de 48% desde o início de 2001 até a última sexta-feira, segundo dados da Economática. No mesmo período, Bompreço subiu 29,2%, Souza Cruz avançou 25,6% e Acesita, 19,8%. Todos os quatro papéis acumulam no ano ganhos superiores ao Ibovespa, que mostra variação positiva de 14,8%. Um ponto comum marca essas empresas: todas têm estrangeiros em seus controles. Essa é uma das razões para a onda de ofertas públicas de compra de ações presenciada pelo mercado nos últimos meses. Com a possibilidade de financiamento em praças mais baratas, as empresas estrangeiras não precisam do mercado de capitais brasileiro como fonte de recursos. Então, retiram-se do mercado comprando todas as ações de sua controlada em circulação - geralmente pagam um prêmio sobre a cotação dos papéis, motivo para a valorização na Bovespa. Instrução da CVM obriga empresas a informar sobre fechamento de capital A Instrução no. 31 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) trata da divulgação de informações ao mercado. "Os administradores devem divulgar de imediato todos os fatos relevantes sobre a companhia, caso do fechamento de capital", afirmou o diretor da autarquia, Wladimir Castelo Branco. Quando um administrador se aproveita de informação privilegiada para operar no mercado em benefício próprio, está configurado "inside information" - prática que passará a ser tratada como crime pelo projeto de reforma da lei que criou a CVM, em tramitação no Congresso.

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