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Ruralistas estão convictos de que saída de Rodrigues foi manobra eleitoral

Ruralistas temem que a vaga no Ministério da Agricultura acabe sendo oferecida para o PMDB ou o PP, partidos que deverão dar sustentação ao governo em caso de reeleição do presidente Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

A bancada ruralista está convencida de que a saída de Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura foi uma manobra para abrir espaço para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa usar o posto para colocar políticos ao invés de técnicos. Enfraquecidos com a queda de Rodrigues, os ruralistas temem que a vaga acabe sendo oferecida para o PMDB ou o PP, dois partidos que deverão dar sustentação ao governo em caso de reeleição do presidente Lula. Com um histórico de recentes problemas de saúde e sem apoio político, o ministro interino Luís Carlos Guedes Pinto seria mantido apenas até o final das eleições, quando seria substituído por um nome indicado em uma negociação política. "Isso é que o que falou muito no plenário", admitiu o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), um dos integrantes da bancada ruralista. A mesma desconfiança tem o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO). Ele repetiu o argumento de que o ministro foi obrigado a sair e que sequer avisou seus assessores, como é de praxe nesses casos. Na sua avaliação, isso aconteceu pela necessidade que tinha o governo de ver o ministério desocupado para usá-lo na barganha política. "Lula usou Roberto Rodrigues quando precisou e agora resolveu descartá-lo", acusou o deputado. A pasta seria trocada por apoio ao governo Lula em seu segundo mandato. O PMDB seria o maior beneficiário da mudança ministerial. Mesmo que não houvesse um benefício direto, existia, antes mesmo da saída de Rodrigues, a especulação do PP ceder o Ministério das Cidades para o PMDB em troca do Ministério da Agricultura. O presidente em exercício do PP, Nélio Dias, que é pecuarista, negou a possibilidade da troca e defendeu a indicação de um técnico para o ministério. " O novo ministro tem que ser técnico, como aconteceu com os anteriores", disse. Para ele, a solução menos traumática para o setor no momento seria a manutenção de Guedes até o final do governo. "A manutenção dele seria uma boa", disse.

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