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Sadia eleva valor de oferta pelas ações da Perdigão

A companhia resolveu fazer uma proposta mais alta depois que os acionistas com 55,38% do capital da Perdigão recusaram a primeira oferta, feita na segunda-feira, na qual o valor ofertado foi de R$ 27,88

Por Agencia Estado
Atualização:

A Sadia elevou o valor de oferta pela Perdigão para R$ 29,00 por ação. A companhia resolveu fazer uma proposta mais alta depois que os acionistas com 55,38% do capital da Perdigão recusaram a primeira oferta, feita na segunda-feira, na qual o valor ofertado foi de R$ 27,88. A intenção da empresa era comprar 100% das ações da Perdigão. Foi a primeira vez no mercado brasileiro que uma companhia faz uma oferta pública por outra. A nova oferta da Sadia pela Perdigão embute um aumento de 4% em relação à primeira proposta. A empresa inicialmente ofereceu R$ 3,734 bilhões por 100% das ações da concorrente, valor que agora sobe para R$ 3,884 bilhões. Há espaço para que a diferença, de R$ 150 milhões, saia do caixa da Sadia, que soma perto de R$ 2 bilhões. A estrutura da oferta inicial previa um empréstimo de R$ 2,7 bilhões concedido pelo ABN, mais o uso do caixa. A nova proposta da Sadia não muda em nada a avaliação dos fundos de pensão para recusar a proposta, dizem fontes ligadas aos controladores da Perdigão. O fato relevante divulgado pela empresa no início da noite de hoje informa também que todas as outras condições da operação estão mantidas. Isso significa que a Sadia segue com a intenção de realizar a oferta pública em uma única etapa, e não em duas vezes como entende a Perdigão. Preço baixo e estatuto Em resposta à primeira proposta, o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, havia dito que o preço ofertado pela Sadia para a compra da empresa era "extremamente baixo" frente a diversos preços-alvo (valor estimado para o preço do papel, com base nas condições de mercado e nas características da empresa) calculados por instituições financeiras. A média desse valores fica em aproximadamente R$ 35,00, contra os R$ 27,88 oferecidos. Outro motivo apontado pela Perdigão para a recusa da proposta foi o estatuto da empresa. De acordo com o documento, só uma empresa que tenha entre 5% e 20% das ações da Perdigão pode fazer uma oferta pública pela companhia. Contudo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização do mercado de ações, pediu explicações à Perdigão sobre a rejeição da proposta neste ponto. O fato é que a Comissão não considerou válida, como prova da rejeição da oferta, a ata de reunião dos fundos de pensão, realizada na terça-feira. E pediu aos fundos de pensão que enviassem outros documentos confirmando oficialmente a recusa da oferta.

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