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Sadia prepara abertura de banco próprio

Empresa pediu autorização do Banco Central há três meses

Por Renée Pereira
Atualização:

Empresas de diferentes setores da economia já perceberam que é muito mais lucrativo ter um banco próprio em vez de depender do sistema financeiro tradicional. A nova integrante desse grupo de companhias é a Sadia, que anunciou ontem a estruturação do Concórdia Banco S.A., cujo pedido de autorização de abertura no Banco Central (BC) foi feita há três meses. "Além de representar a evolução da Concórdia Corretora, criada há mais de 20 anos, a nova instituição vai maximizar os negócios da Sadia", avaliou o presidente do conselho da empresa, Walter Fontana Filho. A expectativa é que até o final do ano o banco já esteja em operação no mercado. Ele será presidido por João Ayres Rabello Filho, ex-diretor do Banco Excel e Fibra, que responderá ao Conselho de Administração da Concórdia Holding. Essa empresa ainda está sendo estruturada e vai controlar o banco, a corretora e a administradora de recursos de terceiros. O diretor de Finanças da Sadia e da holding, Adriano Ferreira, explica que há três anos a empresa vem fazendo pesquisa de mercado para avaliar a necessidade de criação de um banco. "Essa pesquisa detectou que um dos gargalos para o desenvolvimento das empresas (fornecedores e clientes) é a falta de estrutura de financiamento bancário", contou o executivo, destacando o baixo índice de bancarização do País. Ele explica que o grande objetivo da instituição financeira é o financiamento de capital de giro e de investimentos, além da concessão de cartões de crédito para fornecedores e clientes da Sadia. "Nossos números serão beneficiados se as empresas que compõem nossa cadeia produtiva melhorarem seus resultados", observa Fontana Filho. O presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues,destaca que o caminho seguido pela Sadia já foi trilhado por outras companhias, como o Grupo Martins, um dos maiores atacadistas do Brasil, que na década passada abriu o Banco Triângulo S.A. Segundo ele, as montadoras também apostaram pesado na criação de seus bancos. "No geral, essas instituições têm boa rentabilidade, são eficientes e, por isso, representam importante fonte de dinheiro." A rede francesa Carrefour entrou para o time dos banqueiros em setembro de 2006, quando teve autorização do BC. Já a loja de departamentos Riachuelo ainda aguarda liberação da autoridade monetária.

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