PUBLICIDADE

Publicidade

Sadia teve perda contábil de R$ 117 mi com bônus do Lehman

Após prejuízo, empresa quer corrigir exposição ao mercado de câmbio à meta estipulada em até 10 meses

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A Sadia perdeu R$ 117 milhões com bônus do banco americano Lehman Brothers, que pediu concordata em setembro. No total, a empresa teve prejuízo de R$ 239,5 milhões no terceiro trimestre com a marcação a mercado de títulos no exterior. As perdas aconteceram devido à desvalorização do valor de mercado destes títulos. Segundo a empresa, outros R$ 91,9 milhões equivalem à marcação a mercado de notas estruturadas de vários bancos, inclusive o Lehman Brothers, e R$ 30,6 milhões referem-se a notas de crédito emitidas por outras instituições financeiras no exterior. O valor de R$ 239,5 milhões tem apenas efeito contábil e não caixa, já que a Sadia pode quitar as dívidas até setembro de 2009. Somadas com as perdas liquidadas de R$ 653,2 milhões, o prejuízo financeiro total da empresa chegou aos R$ 892,7 milhões de julho a setembro. No total a empresa perdeu R$ 1,2 bilhão, cifra que inclui o impacto da variação cambial sobre a dívida. Derivativos A Sadia pretende enquadrar sua exposição ao mercado de câmbio à meta estipulada pela companhia em até 10 meses. Segundo o presidente do conselho de administração da empresa, Luiz Fernando Furlan, este é o prazo de vencimento das posições da empresa em aberto no mercado futuro, mas ele destacou que a Sadia quer fazer algumas liquidações antecipadas, de acordo com as condições do mercado. A meta interna de exposição da Sadia ao câmbio é equivalente a seis meses de exportações, ou cerca de US$ 1,7 bilhão. A exposição, no entanto, está atualmente em US$ 2,36 bilhões. Antes de setembro, quando a empresa liquidou várias operações em derivativos, a posição vendida em dólar havia chegado a mais de US$ 8 bilhões, segundo o diretor de relações com investidores, Welson Teixeira Júnior. A Sadia informou em setembro que sua diretoria financeira extrapolou o limite de exposição sem autorização do conselho. Segundo Furlan, a empresa não voltou imediatamente a se enquadrar na meta de US$ 1,7 bilhão porque tentou diminuir suas perdas. "Vamos eliminar os contratos, mas queremos custos razoáveis", disse, em reunião com analistas. Quando a Sadia eliminou parte dessa exposição, teve uma perda efetiva de R$ 653,2 milhões. Levando em conta perdas contábeis com a marcação a mercado de alguns ativos no exterior, a perda total foi de R$ 892 milhões e levou a companhia a um prejuízo de R$ 777,4 milhões no terceiro trimestre de 2008. Segundo Teixeira Júnior, uma parcela de US$ 500 milhões da exposição ao câmbio vencerá amanhã. Ele ressaltou que as exportações anuais de US$ 3 bilhões ajudam a reduzir o impacto das perdas financeiras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.