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Safra deve atingir 99,34 milhões de toneladas

Por Agencia Estado
Atualização:

A safra de 2002 de cereais, leguminosas e oleaginosas (algodão em caroço, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, sorgo e trigo) deverá alcançar 99,337 milhões de toneladas, segundo estimativas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas hoje. Esses dados representam aumento de 1% em relação ao obtido no ano passado (98,543 milhões de toneladas). Segundo os dados da estimativa do mês de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, realizado pelo IBGE, em termos absolutos, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída pelas grandes regiões: Sul, 44,201 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 31,223 milhões de toneladas; Sudeste, 14,340 milhões de toneladas; Nordeste, 7,311 milhões de toneladas; e Norte, 2,263 milhões de toneladas. Apenas na região Sul houve queda (-10,53%) em relação à safra passada. Nas demais, os números apontam crescimento, sendo o maior na região Nordeste (30,40%). No Sudeste, o crescimento foi de 12,91%; no Norte, 9,32%; e no Centro-Oeste, 8,55%. Destaque para o feijão A pesquisa de abril destacou, na comparação com o mês anterior, as variações nas estimativas de produção do feijão em grão 2ª safra (20,47%), feijão em grão 3ª safra (-17,90%), milho em grão 2ªsafra (-17,57%), soja em grão (2,82) e trigo em grão (18,77%). O feijão 2ª safra com variação positiva de 20,47% verificada neste mês é reflexo das perspectivas otimistas na Bahia e Paraíba. Nesses Estados, até o momento, o quadro climático está se mostrando bastante favorável ao desempenho da cultura. Para o feijão 3ª safra, a queda de 17,90% deve-se às alterações nos dados de Goiás e São Paulo, onde, em função da estiagem, houve uma queda de 52,68% na produção. A estiagem (nos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul) também prejudicou a produção de milho 2ª safra. No caso da soja, o crescimento de 2,82% decorre, principalmente, das boas condições climáticas do Mato Grosso, que propiciou um aumento de cerca de 9% na estimativa. Já para a cultura do trigo, apesar do clima desfavorável, o Paraná, maior produtor nacional, registrou um crescimento de 30,18%. Situação das lavouras Dentre os produtos analisados, apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: arroz em casca (2,53%), feijão em grão 1ª safra (41,25%), feijão em grão 2ª safra (31,25), milho em grão 2ª safra (8,57%), soja em grão (11,25%) e trigo (18,77%). Com variação negativa, algodão herbáceo (-13,79%), feijão em grão 3ª safra (-17,36%) e milho em grão 1ª safra (-15,73%). A atual situação da safra de verão no período 2001/2002, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por cerca de 90% da produção nacional de grãos, não deverá sofrer grandes variações, porque a maior parte da área prevista já se encontra colhida. Daqui para a frente, além de acompanhar o término da colheita desses produtos, visando promover prováveis ajustes, a maior preocupação será os levantamentos das lavouras de segunda e terceira safras, assim como, para as de inverno, principalmente, para a cultura do trigo. Quanto à estimativa de produção de milho 2ª safra, aguarda-se um volume de 6,9 milhões de toneladas, superior 8,57% à safra do ano passado. Esse incremento deve-se às boas perspectivas do produto nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, que registram acréscimos na produção de 35,07%, 20,82% e 155,27%, respectivamente. Vale ressaltar que o Paraná, maior produtor nacional, aponta decréscimo de 21,93%, sendo avaliada uma produção de 2,3 milhões de toneladas. Segundo levantamento de campo nesse Estado, a estiagem que se verifica nas principais regiões produtoras inviabilizou o plantio de áreas anteriormente previstas. No que diz respeito ao trigo, as primeiras informações de intenção de plantio para a safra 2002, apontam um aumento na produção em torno de 19%, comparativamente à safra do ano passado. O Paraná, com uma participação de 64% do total a ser produzido no país, estima uma produção de 2,5 milhões de toneladas, superior 30,18% à registrada no ano anterior. A exemplo do que ocorre com o milho 2ª safra no Estado, essa expectativa dependerá da normalização das condições climáticas. Para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, cujos números ainda não estão disponíveis, foram considerados os verificados na safra passada. Ressalta-se, porém, a tendência de um significativo crescimento. Com relação à safra da região Nordeste, a estimativa de produção de grãos apresenta um decréscimo de 0,71%, situando-se em 7,3 milhões de toneladas. Conforme o IBGE havia alertado em relatórios anteriores, importantes centros produtores da região apresentavam problemas de ordem climática. Nesse mês, como resultado de novos levantamentos de campo, o Piauí promoveu uma profunda alteração em suas estimativas. A atual projeção de produção de grãos prevista para o Estado, de 332 mil toneladas, é inferior em cerca de 63% que a informada em março que foi de 899 mil toneladas. Essa significativa queda ocorreu em face da falta de chuva verificada praticamente em todo o mês de fevereiro, redundando em perdas expressivas para o arroz (-68,71%), feijão 1ª safra (-71,36%), milho 1ª safra (-72,30%) e soja (-46,98%).

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