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Safra terá R$ 107,5 bi de imediato

No anúncio do plano, Stephanes diz que governo estará vigilante no desembolso dos recursos

Foto do author Márcia De Chiara
Foto do author Célia Froufe
Por Márcia De Chiara , Sandra Hahn , Célia Froufe (Broadcast) e
Atualização:

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que os R$ 107,5 bilhões de recursos para a safra 2009/2010 estarão disponíveis quase que imediatamente para os agricultores compararem os insumos para o plantio. A afirmação foi feita ontem na apresentação do Plano Agrícola e Pecuário no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina, no Paraná. Segundo o ministro, em épocas de crise, os bancos ficam avessos ao risco."E a agricultura é uma atividade de risco. Em épocas de crise há uma certa dificuldade." Mas Stephanes frisou que o governo será vigilante com o desembolso dos recursos. Ele citou como exemplo o caso de Antonio Francisco Lima Neto, ex-presidente do Banco do Brasil, que foi demitido pelo fato de não ter cumprido a determinação do governo de reduzir as taxas de juros. Stephanes disse também que, em relação ao Fundo Garantidor de Crédito, que funcionaria como uma espécie de avalista para os produtores endividados, o assunto está em debate. "Ainda não há uma decisão final. Isso deverá ocorrer ao longo deste ano." O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anunciou o plano de safra com Stephanes e os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil), enfatizou o potencial da agricultura especialmente neste momento de crise econômica. Lula comparou os Estados Unidos e a Europa a dois ursos hibernando: "Quando eles acordarem, vão querer comprar coisas. Por isso, o Estado tem de se preocupar com a agricultor". Lula ressaltou que esse aporte de recursos para a agricultura é o maior já realizado e que foi 37% acima do disponibilizado na última safra. Lembrou também que o programa "Mais Alimentos", que estimula a mecanização de propriedades familiares, já propiciou a venda de 11 mil tratores em 10 meses, 75% da produção de tratores do País. O presidente apontou outro dado que reforça a tese de que a agricultura é o caminho para a retomada da economia. Dos 131 mil empregos criados em maio, segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), 53 mil postos de trabalho foram abertos na agricultura, 49 mil no setor de serviços, 17 mil na construção civil e 14 mil no comércio. REPERCUSSÃO O plano de safra , anunciado ontem, vem ao encontro da maior parte das solicitações da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO). "Minha preocupação é com a burocracia para se colocar o plano em prática." A senadora está tão reticente com os trâmites existentes entre o anúncio do plano e a chegada dos recursos no interior dos Estados, nas mãos dos agricultores e pecuaristas, que ela afirmou que só fará um balanço do plano daqui a um mês. "Estou com boas perspectivas e não quero fazer alarde, chororô, nem crítica antecipada, mas será que vai tirar de verdade o produtor do buraco", questionou a presidente da CNA, sobre o fluxo de tomada de dinheiro pelo agricultor. Para o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, "o governo federal anunciou mais do mesmo". "Faltou ousadia na definição do plano e muitos pontos deixaram de ser anunciados, ou foram requentados", avaliou o secretário Sampaio.

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