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Safra vendeu fundos de Madoff

Banco informou que atendia a pedidos de clientes, mas negou estar exposto aos negócios do fraudador

Por Leandro Mode
Atualização:

Os fundos do gestor americano Bernard Madoff, preso quinta-feira em Nova York depois da descoberta de que seu negócio era uma fraude, foram vendidos no Brasil por vários private bankings, área das instituições financeiras voltada para os clientes de alta renda. Estima-se que as perdas provocadas pelo esquema de Madoff cheguem a US$ 50 bilhões. Até ontem, investidores do mundo todo reportaram prejuízos de aproximadamente US$ 30 bilhões. O primeiro lugar da lista era ocupado pela distribuidora de fundos Fairfield Greenwich Group, com US$ 7,5 bilhões. A empresa tinha até uma representante no Brasil. O segundo lugar era do Banco Santander, que também distribuiu fundos de Madoff no Brasil por intermédio de seu private banking, localizado em Miami. O Banco Safra informou à agência Bloomberg que também vendeu produtos do grupo de Madoff no País. Um porta-voz do Safra disse à agência que a instituição atendia a pedidos de clientes. Ele ressaltou que o banco não tinha nenhuma exposição aos negócios de Madoff. O Estado conversou com advogados que estão sendo procurados por clientes brasileiros para tentar recuperar seu dinheiro. Um deles disse que, entre segunda-feira e ontem de manhã, havia recebido cerca de 15 consultas sobre como proceder. Uma dessas pessoas revelou ao advogado que tinha US$ 20 milhões em fundos de alto risco (hedge) administrados por Madoff. COFRE FAMILIAR Foi revelado ontem pelo jornal Evening Standard que Madoff mantém no centro de Londres um pequeno escritório onde guardava milhões em dinheiro. Comparado com o edifício Lipstick, de Manhattan, em Nova York, onde fica a sede central de seu banco de investimentos, o escritório londrino, no número 12 de Berkeley Street, no bairro de Mayfair, é bem mais discreto. Uma fonte disse ao jornal que a sede anônima era como um "cofre familiar" do banqueiro, no qual guardava o equivalente a 88 milhões em dinheiro para determinadas operações familiares. Nesse escritório trabalham 28 pessoas, incluindo analistas e especialistas em investimentos, e à frente dessa sede está Stephen Raven, de 70 anos, um dos nomes mais respeitados na City de Londres. Raven ocupou um cargo durante 16 anos no Conselho da Bolsa de Londres e também foi membro do Conselho de Administração do banco Warburg''s, além de ser diretor-fundador da Liffe. Logo após saber da monumental fraude cometida por seu chefe, Raven publicou uma declaração à imprensa na qual afirmava que as atividades desenvolvidas nesse escritório nada tinham a ver com a companhia americana de gestão de ativos. COM AGÊNCIA EFE

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