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Saiba como foi a semana na economia

Expectativa sobre rumo da política nacional, protestos e desdobramentos da delação dos irmãos Batista marcaram o período

Por Ana Carolina Neira
Atualização:

Na semana em que a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, continuou disseminando efeitos negativos sobre a economia brasileira, a crise política intensificou-se e aumentou a insegurança. Confira a seguir um resumo dos acontecimentos mais relevantes dos últimos dias.

Na segunda-feira, economistas do mercado financeiro reduziram a previsão do IPCA em 2017 pela 11ª vez consecutiva. O Focus mostra que a projeção caiu de 3,93% para 3,92%. Para 2018, a expectativa passou de 4,36% para 4,34% na comparação com o relatório da semana passada. No entanto, o mesmo documento indica que economistas do mercado financeiro ainda aguardam os desdobramentos da crise política para mudar suas previsões.Prévia da inflaçãoO Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação mensal, avançou 0,86% em maio deste ano. Esse foi o menor resultado para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em documento divulgado na terça-feira, 23. Na passagem de abril para maio, a taxa acumulada em 12 meses passou de 4,41% para 3,77%, menor nível desde julho de 2007, quando chegou a 3,71%.

Apesardo resultado do IPCA-15, economistas ainda aguardam os desdobramentos políticos para rever suas previsões. Foto: Rafael Neddermeyeri/Fotos públicas

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Rio de Janeiro amplia prazo para decreto de calamidadeO governo do Estado do Rio conseguiu ampliar até o fim de 2018 o prazo para decreto de calamidade pública nas contas estaduais. A medida foi possível após aprovação do texto base de projeto de lei na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O atual documento que garantia descumprimento do limite de endividamento e gastos com pessoal é válido até o final deste ano.  Protestos  A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também aproveitou essa semana para aprovar o projeto que eleva de 11% para 14% a contribuição dos funcionários públicos com a Previdência. Com isso, o governo estadual deve conseguir algum alívio nas contas, mas a decisão provocou intensos protestos no centro da cidade na quarta-feira, 24. Servidores públicos contra a medida cercaram o prédio da Alerj e entraram em confronto com a Polícia Militar, que reagiu com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.

VEJA IMAGENS DO PROTESTO NO RIO DE JANEIROManifestações paralelas aconteceram em Brasília, com um saldo de 49 feridos, 2 detidos e depredação em diversos órgãos públicos. A multidão que saiu às ruas protestava contra as reformas promovidas pelo presidente Michel Temer e pedia sua renúncia. A intensidade dos conflitos levou o Palácio do Planalto a decretar autorização para emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem na Esplanada dos Ministérios, medida revogada na quinta-feira, 25.

Manifestantes protestam contra as reformas trabalhista e da Previdência em Brasília, na quarta; eles também pedem a saída do presidente Michel Temer Foto:

 Refis em debate Após longas negociações sobre a Medida Provisória (MP) 766, que cria um Refis com descontos das dívidas de empresas, Estados e municípios, a equipe econômica começou a trabalhar para definição de nova versão do texto. O programa original é válido somente até o próximo dia 1º de junho.  Novo presidente do BNDES A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, pediu demissão do banco de fomento na sexta-feira, 26. A executiva será sucedida pelo economista Paulo Rabello Castro, atualmente presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Maria Silvia alegou motivos pessoais para deixar o cargo. Em comunicado, ela diz que deixa o posto "com orgulho de ter feito parte da história da instituição". A executiva assumiu o cargo em junho do ano passado e era alvo de fogo amigo no governo.

Leia carta de demissão de Maria Silvia Bastos da presidência do BNDESMoody’s altera perspectiva para o Brasil O momento de incertezas políticas pelo qual o Brasil passa levou a agência de classificação de risco Moody's a alterar a perspectiva da nota de crédito do País. O nível passou de Ba2, estável, para negativa. A decisão indica a possibilidade no rebaixamento na classificação de risco, indicando que a capacidade do Brasil de honrar suas dívidas piorou.Superávit do setor público Em abril, o setor público registrou um superávit primário de R$ 12,9 bilhões. O cálculo inclui os resultados do Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras. Esse foi o maior índice para o mês desde 2015.

Mercado O mercado de ações começou a semana nervoso, teve alguma melhora na terça-feira, 23, e seguiu enfrentando variações. A JBS teve grande influência nos resultados e sentiu os impactos desse sobe e desce. Na sexta-feira, as ações da empresa caíram 6,09%, após dispararem 22,54% na véspera. Na semana, as ações do frigorífico recuam 28,93%. O Ibovespa, por outro lado, conseguiu demonstrar recuperação e fechou a semana em alta de 2,31%. 

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