17 de junho de 2019 | 10h27
LCA e LCI são duas possibilidades de investimento de renda fixa que podem atender a investidores que querem evitar risco.
A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de crédito emitido por bancos ou instituições financeiras para financiar o agronegócio. O investidor empresta dinheiro para a instituição financeira, que vai utilizá-lo para financiar empréstimos para o setor agropecuário. Ao fim, você recebe o dinheiro emprestado somado a uma taxa de juros combinada no início da operação.
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) funciona da mesma maneira que o LCA, porém o dinheiro investido terá como objetivo financiar o setor imobiliário.
Geralmente o LCA tem aporte mínimo mais alto que o LCI, porém, o principal fator que se deve avaliar é a rentabilidade, ou seja, quanto de juros a aplicação vai render até a data do vencimento.
De acordo com o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP), William Eid Junior, LCA e LCI não têm grandes diferenças na segurança da aplicação. “As garantias são as mesmas (de LCI e LCA): os dois títulos são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).”
Os investimentos protegidos pelo FGC têm garantia de R$ 250 mil por CPF contra a mesma instituição associada ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro.
Normalmente, LCI e LCA têm rendimento próximo da taxa DI (CDI), que pode inclusive servir de indexador para a rentabilidade do investimento. Outra possibilidade é que o título esteja indexado à inflação, baseada no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A taxa DI em maio de 2019 estava em 6,4% ao ano e pode ser acompanhada no site da B3. Já a inflação prevista para 2019, em junho do mesmo ano, indica variação positiva de 3,89%. A poupança em junho de 2019 rendia 4,55% ao ano.
O rendimento das aplicações em LCI e LCA não tem incidência de impostos – nem Imposto de Renda, nem IOF (ambos em caso de aplicação por parte de pessoa física).
Segundo Eid Junior, o investidor deve ficar atento a todas as circunstâncias da operação, como rentabilidade e valor de aporte: “O cuidado que se deve ter é na hora de comparar com outros investimentos. Ser isento de impostos não significa ser melhor. O ideal na hora é ajustar para o Imposto de Renda." Por exemplo, você deve calcular o rendimento das propostas de aplicação ao fim do período: no caso do CDB, desconte a porcentagem a ser paga à Receita Federal (IRPF) e compare com o rendimento no vencimento da LCI ou LCA.
O professor da FGV diz que o rendimento dos dois títulos depende de vários fatores, incluindo o movimento de demanda e oferta para esse tipo de investimento. “Os dois não devem variar muito a rentabilidade, mas não são iguais”, diz.
Consideradas aplicações de baixo risco e com retornos normalmente superiores aos da poupança, LCA e LCI têm entre os pontos positivos a segurança e a isenção de impostos para pessoa física.
Ambos são classificados como investimentos de baixo risco (assim como a poupança) e costumam ser indicados para pessoas que têm um perfil mais conservador - que não pretendem correr riscos de perda de dinheiro com suas aplicações, como é o caso, por exemplo, de quem investe em ações na Bolsa de valores, que está sujeito às flutuações dos preços durante o período de investimento.
Os dois títulos têm tempo de carência. Isso significa que você não pode retirar seu investimento por determinado período de tempo, que varia conforme a proposta de investimento.
Para investir em LCA e LCI, você deve procurar corretoras de valores, bancos ou instituições financeiras, que irão oferecer o produto. Pode haver diversos tipos de papeis numa mesma instituição.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.