Saída antecipada de Roberto Azevêdo da OMC é negativa para o comércio exterior, diz CNI

Brasileiro anunciou nesta quinta-feira que vai deixar o comando da entidade um ano antes do fim de seu mandato

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Por Lorenna Rodrigues
2 min de leitura

BRASÍLIA - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a saída diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, anunciada nesta quinta-feira, 14. Para a confederação, a decisão é resultado negativo do “aumento do protecionismo no mundo e do unilateralismo”. 

Azevêdo confirmou, em reunião virtual com membros da entidade, que deixará o cargo em 31 de agosto de 2020, um ano antes do previsto Foto: Luis Cortes / Reuters

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“Em um cenário de recessão mundial causada pela pandemia de covid-19, o anúncio da saída do diretor-geral da OMC antes do fim de seu mandato é uma notícia negativa para o comércio exterior, que precisa ser fortalecido neste momento”, afirmou a entidade, em nota.

Para a CNI, Azevêdo apresentou resultados concretos desde que assumiu a direção da OMC e é a “pessoa certa” para definir os rumos do comércio mundial neste momento de crise. A entidade citou entre os resultados positivos de seu trabalho a celebração do Acordo de Facilitação de Comércio da OMC, em 2013, e outro acordo, em 2015, em que os países desenvolvidos se comprometeram a eliminar subsídios à exportação de produtos agrícolas.

“Para o Brasil, o distanciamento do mundo das regras internacionais de comércio e a imposição de barreiras são uma notícia ruim, ainda mais no momento em que o comércio exterior será um dos poucos instrumentos para o País sair da crise econômica”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.

A confederação lembrou os atuais desafios para a OMC neste momento, como a paralisação do órgão de apelação, que está desde dezembro sem juízes, ereformas para negociações de novos acordos. 

Azevêdo, confirmou, em reunião virtual com membros da entidade, que deixará o cargo em 31 de agosto de 2020, um ano antes do previsto. O brasileiro disse que a decisão visa dar mais tempo para que o órgão escolha seu sucessor, sem que o processo dispute atenção com os preparativos para a 12.° Reunião Ministerial (MC12, na sigla em inglês), que acontecerá em 2021.

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"Essa é uma decisão pessoal - uma decisão familiar - e estou convencido de que ela serve os melhores interesses desta Organização", afirmou, esclarecendo que não tem nenhum problema de saúde nem pretende obter ganhos políticos com isso.

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