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Saída de fundos de ações emergentes chega a US$ 40 bi no ano

Saques até o dia 15 de outubro já representam 35% de todo o investimento feito nos fundos entre 2003 e 2007

Por Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

Os investidores continuam fazendo retiradas massivas das bolsas de valores emergentes. Os fundos de ações dedicados a estes mercados registraram saídas líquidas de US$ 2,4 bilhões na semana encerrada em 15 de outubro, depois de terem perdido US$ 2,3 bilhões na semana anterior. No acumulado do ano, os saques já somam US$ 40 bilhões, o que representa 35% de todo o investimento líquido feito nos fundos mútuos emergentes entre 2003 e 2007, afirma em relatório o analista Vinicius Silva, do banco Morgan Stanley, citando dados da consultoria Emerging Portfolio Fund Research (EPFR). Veja também: Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise  Por região, os fundos acionários da América Latina tiveram saídas de US$ 399 milhões na semana até o dia 15, após perderem US$ 429 milhões na semana anterior. Os mercados emergentes da Ásia estão liderando os saques, com retiradas líquidas de US$ 1,487 bilhão na última semana e de US$ 1,241 bilhão na anterior. Nos mercados emergentes da Europa, Oriente Médio e África (Emea, na sigla em inglês), as saídas foram de US$ 541 milhões e US$ 373 milhões. Na última segunda-feira, o Morgan Stanley elevou o peso das ações emergentes em sua carteira recomendada para o overweight máximo de 10% acima da referência (benchmark) do mercado, o índice MSCI (Morgan Stanley Capital International). Foi a primeira vez desde abril de 2007 em que a alocação voltou ao overweight máximo. Na ocasião, os analistas do banco argumentaram que 100% do crescimento da economia mundial em 2009 serão originados nos mercados emergentes. "Acreditamos que a economia mundial esteja numa transição dolorosa para se tornar liderada pelos mercados emergentes", afirmaram. Em sua revisão mensal regular de alocação por país, anunciada nesta sexta, o Morgan Stanley rebaixou a recomendação para Coréia do Sul e México de equalweight (igual à referência do mercado) para underweight (abaixo da referência), ao mesmo tempo em que elevou a recomendação para República Checa, de equalweight para overweight, e de Chile e Egito, de underweight para equalweight. Os países com recomendação overweight na carteira emergente do Morgan Stanley são Brasil, Taiwan, Rússia, Polônia, Israel e República Checa. Os underweight são Índia, Indonésia, Coréia do Sul, África do Sul, México, Argentina e Filipinas. O Morgan Stanley projeta o preço-alvo para o índice MSCI para mercados emergentes (MSCI EM) em 980 pontos até junho de 2009, o que representa um potencial de alta de 57% sobre o patamar atual do indicador.

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