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Saída do Reino Unido da UE não deve afetar emergentes

Relatório da consultoria britânica ressalta que parcerias comerciais entre esses países são menos relevantes

Por Fernando Nakagawa e CORRESPONDENTE
Atualização:
Eventual saída do Reino Unido da União Europeia ainda é cercada de incertezas Foto: Paul Faith|AFP

LONDRES - A possibilidade de saída do Reino Unido da União Europeia (conhecida como Brexit) não deve afetar a corrente de comércio nos países emergentes. A avaliação é da consultoria britânica Capital Economics. Além de o Reino Unido ser um parceiro comercial relativamente pequeno para os emergentes, outros fatores como a desaceleração da economia chinesa tendem a exercer peso mais importante para exportadores e importadores nas economias em desenvolvimento.

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A consultoria britânica avalia que o debate sobre a eventual saída do Reino Unido da União Europeia ainda é cercado de incertezas e muitas projeções são exageradas. Economistas da casa reconhecem que, em caso de vitória do Brexit, haveria um período de prejuízo à economia britânica com queda entre 1% e 2% do Produto Interno Bruto nos primeiros anos. No longo prazo, porém, esse efeito tende a se dissipar, dizem os analistas.

Argumentos. Além dessa avaliação ampla menos pessimista, a Capital Economics nota que o mercado britânico não é um grande parceiro dos emergentes. “O Reino Unido é relativamente um pequeno mercado para a maioria dos emergentes. Então, mesmo uma pronunciada desaceleração teria consequências limitadas”, dizem os analistas. 

Apenas uma economia em desenvolvimento - a pequena Ilha Maurício no Oceano Índico - envia mais de 10% do total das exportações para o Reino Unido. “Mesmo quando as importações britânicas caíram fortemente na crise financeira - o que é altamente improvável atualmente -, poucos emergentes foram atingidos mais fortemente.” 

O terceiro argumento é que as consequências de longo prazo dependerão de como as autoridades britânicas tratarão o tema comércio exterior e como serão as políticas adotadas se o país estiver fora do grupo europeu. “Não é fácil de prever, mas é muito provável que o novo arranjo não tende a ser muito diferente do status quo.” Assim, as consequências para as economias de fora da UE não seriam tão grandes.

Por isso, a Capital Economics diz que o eventual Brexit não aparece como um “risco significativo” para os emergentes.

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